As autoridades mexicanas revelaram nesta quinta-feira (22) que os cientistas vão poder “mergulhar virtualmente” na gruta submarina de Hoyo Negro, no México, onde em 2011 foi descoberto um esqueleto com 13 mil anos.
Os responsáveis do Instituto Nacional de Antropologia e de História que descobriram o esqueleto, anunciaram que foi criada uma réplica em alta definição em três dimensões da gruta, uma cavidade subaquática com 62 metros de diâmetro e 55 de profundidade.
O projeto foi apresentado na Cidade do México por Alberto Nava, Alejandro Alvarez e Franco Attolini, o trio de pesquisadores que descobriu o esqueleto.
O esqueleto, batizado de Naia, em homenagem à ninfa das águas, representa um marco no estudo sobre a origem do homem americano. O achado pertence a uma menina que tinha entre 15 e 16 anos.
Com base em estudos de datação por radiocarbono feitos no esmalte dentário do esqueleto e em análises dos depósitos minerais nos seus ossos, os pesquisadores concluíram que Nina tem, pelo menos, 13 mil anos.
A descoberta ocorreu em um conjunto de cavernas mexicanas denominado Sac Actun, na costa da Península de Iucatã, acessível apenas a mergulhadores. Para evitar eventuais saques, a localização exata de Hoyo Negro nunca foi revelada.
Ao lado do esqueleto de Naia foram também encontrados ossos de grandes mamíferos, entretanto extintos, como o tigre de dentes de sabre. Os pesquisadores acreditam que pessoas e animais caíram nesta caverna, que se ficou submersa há cerca de 10 mil anos, com o derretimento de glaciares.
A análise da anatomia do esqueleto, conduzida por James Chatters, antropólogo forense norte-americano da empresa Applied Paleoscience, deixou clara a semelhança entre Naia e os paleoamericanos, nome pelo qual os primeiros habitantes do continente são conhecidos.
Os traços, que lembram os de africanos e aborígenes australianos, são usados como argumento por quem defende que as Américas foram povoadas por pelo menos duas ondas migratórias distintas. A segunda corresponderia aos ancestrais dos índios de hoje, com traços típicos dos habitantes atuais do Extremo Oriente.