Manuel Elias / ONU

O Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres,
O líder das Nações Unidas, António Guterres, anunciou o lançamento da iniciativa ONU 80 que quer atualizar a organização para o século 21.
Na manhã desta quarta-feira, ele falou a jornalistas na sede da ONU que a meta é ambiciosa e visa reformas, transparência e prestação de contas.
Guterres afirma que desde o primeiro dia de seu mandato, iniciado em 2017, ele procurou fazer uma organização mais econômica e eficaz, descentralizada e com transparência aproveitando a era digital para dinamizar o modo de operação.
Segundo ele, o que está em jogo é servir às pessoas em todo o mundo. E por isso, o orçamento jamais deve ser visto como números, mas sim como decisões de vida ou morte daqueles que precisam do trabalho da organização.
Para o secretário-geral, esses são tempos incertos, mas também um momento ideal pelo 80º aniversário da ONU, neste mês de junho. Ele afirma que as necessidades nunca foram maiores nas áreas de promoção da paz, desenvolvimento sustentável e direitos humanos.
Crise de liquidez começou há sete anos
Guterres citou a crise de liquidez, iniciada há sete anos, e provocada pelo não pagamento das contribuições por muitos países-membros, assim como o atraso de parcelamentos.
O líder da ONU lembrou que a casa é financiada por contribuintes de todo o mundo.
Ele informou que o Grupo de Trabalho interno será liderado pelo subsecretário-geral Guy Ryder, que apresentará propostas à Assembleia Geral em três áreas: eficiências e melhorias na forma de trabalho, revisão de todos os mandatos que aumentaram nos últimos anos e uma revisão estratégica de mudanças mais profundas e estruturais e um realinhamento de programas no Sistema das Nações Unidas.
Cessar-fogo na Ucrânia e reformas nos Estados Unidos
Guterres foi perguntado sobre a situação na Ucrânia e a proposta de cessar-fogo e afirmou que o anúncio do cessar-fogo é bem-vindo e ele espera que seja materializado e que leve à paz com base na Carta das Nações Unidas e resoluções do país.
Ao ser questionado se a iniciativa era uma resposta às mudanças nos Estados Unidos, o secretário-geral afirmou que sua proposta ONU80 não tem nada a ver com o programa americano de reformas Doge sobre cortar custos na burocracia do governo.
Guterres lembrou que as reformas na ONU já haviam começado e contou que o Programa das Nações Unidas para a População, Unfpa, se mudará para Nairóbi assim como parte do Unicef.
Segundo ele, o problema é o risco para as pessoas que precisam de ajuda humanitária e que podem morrer de doenças como malária, HIV/Aids e outras.
Ele voltou a pedir a todos os países-membros da ONU que paguem suas contribuições integralmente e em dia.