Os denominados “mediadores” no desarmamento do grupo terrorista basco ETA assinalaram neste sábado que entregaram ao Comitê Internacional de Verificação (CIV) as “coordenadas de oito lugares onde se encontra o arsenal do ETA”, integrado por 120 armas de fogo, três toneladas de explosivos e milhares de munições e detonadores.
Os “mediadores” deram essas localizações ao Comité Internacional de Verificação (CIV), segundo informaram Mixel Behorcoirigoin e Michel Tubiana numa conferência de imprensa citada pela agência EFE.
Tubiana indicou que o grupo de Louhossoa “não se limitou a realizar este trâmite”, mas enviaram 172 “observadores” aos lugares onde estão os depósitos do ETA para “credenciar e comprovar que as autoridades francesas vão se apropriar” dos arsenais.
Neste sentido, Tubiana assinalou que, enquanto acontecia esta entrevista coletiva, os “observadores já estavam” nas localizações dos depósitos e acrescentou que, “em alguns deles, as forças de segurança francesas já tinham entrado em ação e em outros” os enviados aos esconderijos de armas “ainda estão esperando”.
Tubiana disse que, por enquanto, não é possível detalhar os lugares aos quais as autoridades francesas já chegaram, a quem pediram “rapidez” para que os “observadores” possam voltar a Bayonne como está previsto.
O “artesão da paz” mostrou sua satisfação pelo fato de o governo francês “não ter colocado problemas”, mas lamentou “que o grupo não tenha conseguido coordenar” o processo com os responsáveis do Executivo francês.
Behorcoirigoin e Tubiana se negaram a oferecer detalhes sobre as armas contidas nos esconderijos e se estes se encontram em casas particulares, e se limitaram a assinalar que “nem todos os arsenais estão no País Basco francês”.
Os dois também não esclareceram se algumas das armas foram utilizadas em algum atentado. Estas questões “não são essenciais” e “só servem para alimentar investigações policiais”, assinalou Tubiana.
“Haverá tempo para fazer um inventário. O importante agora é que o ETA está desarmado”, reiterou Tubiana, que enfatizou que a “jornada” de hoje em Bayonne se desenvolve “de maneira estupenda” e que o trabalho do grupo de “intermediadores” ao qual pertence “concluiu hoje”.
Os autodenominados “artesãos da paz” agradeceram o papel desenvolvido pelo prefeito de Bayonne, Jean René Etchegaray, que “facilitou” o processo e “dedicou tempo e energia para que a jornada seja um sucesso”.
A ETA, organização considerada “terrorista” pela União Europeia, recusava até agora seu desarmamento e sua dissolução, pedidas por Madrid e Paris, exigindo o início de negociações para liberar seus cerca de 360 membros presos, dos quais 75 em França.