Desde a sua criação, a CIA tem ajudado a derrubar líderes eleitos em outros países, apoiou golpes de Estado, organizou assassinatos motivados por razões políticas e apoiou governos anticomunistas. Estas são revelações feitas neste fim de semana (19) pelo New York Times.
O jornal cita ex-funcionários de administrações anteriores e especialistas norte-americanos. “Fazemos isso desde que a CIA foi fundada em 1947. Utilizamos cartazes, panfletos, banners, distribuímos materiais promocionais, etc. Inclusive publicamos informação falsa em jornais estrangeiros”, afirmou Loch Johnson, que iniciou sua carreira no senado nos anos 1970 trabalhando em investigação na CIA.
De acordo com o artigo do jornal norte-americano, graças à CIA, os EUA derrubaram líderes eleitos no Irã e na Guatemala na década de 1950, assim como apoiaram golpes de Estado em vários países nos anos 1960. A CIA também organizou assassinatos motivados por razões políticas e apoiou governos anticomunistas na América Latina, África e Ásia.
Dov Levin, pesquisador da Universidade Carnegie Mellon, recordou 81 casos de interferência norte-americana nas eleições, cita a RT.
Segundo a publicação, Washington chegou inclusive a intervir nas eleições russas de 1996 – o mesmo país que os EUA acusam agora energicamente das mesmas ações –, por medo que o líder do Partido Comunista, Gennadi Zuganov, vencesse Boris Yeltsin.
Steven Hall, ex-agente da CIA que se aposentou em 2015 depois de 30 anos ao serviço da agência norte-americana, onde foi chefe de operações russas, também confirmou que os EUA historicamente levavam a cabo operações para intervir em eleições e até mais do que isso: Steven disse acreditar que a agência norte-americana continua assumindo os mesmos comportamentos.
Na sexta-feira (16), um juri federal dos EUA apresentou acusações contra 13 cidadãos e três entidades russas de interferir nas eleições e processos políticos no país norte-americano.
“Se você perguntar a um agente da CIA se os russos violaram as regras ou fizeram algo estranho, a resposta é não“, assegurou Hall, referindo-se às várias acusações contra Moscou de interferência em eleições de outros países.
Ciberia // ZAP