Definir as capacidades de uma pessoa por um grupo ou uma generalização da qual ela eventualmente faça parte, seja raça, gênero, condição econômica ou social, é não só uma prática de preconceito, como também um verdadeiro e cruel desperdício de conhecimentos e talentos.
O que ocorre com aqueles que tiveram de deixar seus países para recomeçarem as vidas em outro lugar é justamente isso: vistos simplesmente como refugiados e nada mais, as formações, experiências prévias e especializações de tais pessoas acabam esquecidas e perdidas.
A campanha Talentos Invisíveis visa justamente iluminar o óbvio a respeito dos refugiados: fugidos de seus países quase sempre por conta de situações de conflito, essas pessoas possuem experiências, diplomas, formações, histórias e talentos capazes de agregar imenso valor e capacidade a um eventual trabalho.
A maioria, no entanto, tem de lutar contra um enorme preconceito, e simplesmente não conseguem sequer oferecer seus conhecimentos como valoração de sua qualidade profissional.
Além de um emocionante vídeo contando algumas das diversas histórias de refugiados que vieram para o Brasil, a campanha criou também um site, reunindo fotos, currículos e qualificações para disponibilizar tal material a empregadores e contratantes. Para acessar os currículos, é necessário estar cadastrado do Linkedin.
Desenvolvida junto à Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e ao Programa de Apoio para a Recolocação do Refugiado (Parr) busca, portanto, justamente permitir que tais trajetórias sejam avaliadas por sua real capacidade e potencial, e não pela dura circunstância que essas vidas atravessaram.
Dissolver tais preconceitos pode ser, assim, um compromisso humano e, ao mesmo tempo, uma elevação profissional para uma empresa que contrate essas pessoas, por suas qualidades, independentemente de seu lugar de origem.
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