Uma equipe de astrônomos vai analisar o enorme objeto interestelar, que passou recentemente pelo Sistema Solar, com a forma de um gigantesco charuto, em busca de sinais de vida extraterrestre. Há rumores de que pode se tratar de algum tipo de tecnologia alienígena.
Cientistas do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), projeto que se dedica à procura de Inteligência Extraterrestre, vão direcionar um poderoso telescópio para aquele que é definido como o primeiro asteroide interestelar, para tentar encontrar sinais de uma tecnologia alienígena.
O objeto, com formato singular, foi detectado no dia 19 de outubro de 2017, quando ia em direção ao Sol. Suas propriedades sugerem que teve origem em outra estrela, o que faria dele o primeiro asteroide de fora do Sistema Solar a ser identificado na nossa vizinhança cósmica.
A iniciativa de pesquisa é patrocinada pelo bilionário Yuri Milner e vai utilizar um radiotelescópio para ouvir os sinais emitidos pelo objeto, conforme reporta a BBC.
Os primeiros esforços da equipe de pesquisa vão começar já nesta quarta-feira (13), com astrônomos observando o asteroide através de quatro bandas diferentes de radiofrequência.
A primeira etapa de observações deverá durar, pelo menos, 10 horas no Observatório de Green Bank, em West Virginia (EUA), com o uso do Green Bank Telescope, o maior radiotelescópio orientável do mundo.
Não há consenso quanto à origem
As primeiras impressões sobre o asteroide, batizado Oumuamua, realçam seu formato estranho, alongado, parecendo-se um pouco com um charuto ou cigarro gigante.
Até agora, não há consenso quanto à origem do objeto que tem cerca de 4 quilômetros de comprimento, segundo a Sky News.
“Pesquisadores que trabalham com transporte espacial de longa distância já sugeriram, no passado, que os formatos de charuto ou de agulha são as arquiteturas mais prováveis para uma nave espacial interestelar, já que isso ajudaria a minimizar a fricção e os danos dos gases interestelares e da poeira”, apontou em comunicado o projeto do SETI.
“Breakthrough Listen”, o projeto do SETI, é financiado por Milner para pesquisar evidências de inteligência extraterrestre no Universo.
“Se uma origem natural é mais provável, não há, atualmente, consenso sobre que origem pode ser essa, e o Breakthrough Listen está bem posicionado para explorar a possibilidade de o Oumuamua ser um artefato”, acrescenta-se no documento.
“A presença do Oumuamua no Sistema Solar dá ao Breakthrough Listen uma oportunidade de fazer descobertas sem precedentes, sobre possíveis transmissores artificiais”, destaca, em declarações à BBC, o diretor do Centro de Investigação do SETI em Berkeley, Andrew Siemon, que faz parte da iniciativa.
Já o professor Andrew Coates, do Laboratório de Ciência Espacial Mullard, da University College London, no Reino Unido, aponta que por enquanto ainda não há provas concretas de que o asteroide possa ajudar a identificar qualquer sinal de vida extraterrestre.
Andrew Coates destaca que há “outras formas melhores de procurar por vida extraterrestre”, como são os casos do “projeto ExoMars, que irá para Marte em 2020, perfurando a superfície para procurar sinais de vida”.
Um mensageiro de longe…
Outros cientistas que já fizeram observações ao asteroide com telescópios no solo, dizem que, tirando o seu formato distinto, ele lembra muitos objetos naturais encontrados fora do Sistema Solar.
O asteroide tem uma cor avermelhada, que é um indicativo da presença de compostos orgânicos irradiados por raios cósmicos. As medidas sugerem que tem uma estrutura densa, composta de pedra e metal e especula-se que pode conter alguma água congelada.
Apesar de o Oumuamua poder ter se formado em torno de outra estrela, os cientistas acham que pode ter circulado pela Via Láctea, sem ligação a qualquer sistema estelar, durante centenas de milhões de anos, antes do encontro casual com o nosso Sistema Solar.
O nome do asteroide, Oumuamua, significa “mensageiro” na Língua havaiana.
Ciberia // ZAP