O corpo do ex-presidente cubano Fidel Castro segue em caravana à cidade de Santiago de Cuba. O caminho é exatamente o contrário ao feito durante a revolução cubana.
A primeira rota, iniciada pelo exército rebelde em 2 de janeiro de 1959, e a mais recente, desde o dia 30 de novembro, coincidem na emoção da multidão que as acompanha, segundo a agência Prensa Latina.
O cortejo fúnebre partiu da sede das Forças Armadas, em Havana, com a bandeira de Cuba e a marca da estrela solitária. As pessoas no caminho saúdam o ex-presidente com silêncio, símbolos da revolução cubana
Trajeto das cinzas
O trajeto rumo a Santiago passa pelas províncias de Mayabeque e Artemisa, de onde veio a maior parte da expedição do lendário iate Granma. O barco tinha partido de Tuxpan, no México, em 1956, até chegar a Las Coloradas.
A cidade de Coliseu, onde em 1961 os militantes ficaram na Playa Giron para derrotar a invasão americana, também saudará os restos mortais de Fidel Castro.
A rota também passa por Cardenas, a cidade natal do então menino Elián González que tinha sido levado aos Estados Unidos com sua mãe que, no entanto, morreu na viagem. Cuba chegou a um acordo com os Estados Unidos para que Elián, agora um engenheiro, voltasse para seu pai em Cuba.
Na peregrinação, as cinzas de Fidel passam também por Cienfuegos, onde aconteceu a revolta popular de 5 de setembro de 1957, e por Santa Clara, cidade que tem um mausoléu em homenagem ao seu ex-companheiro de guerrilha, o argentino Ernesto Che Guevara.
A caravana do tributo a Fidel também passa por Camagüey, que Fidel visitou três vezes em 1959 para falar com as pessoas e inaugurar escolas e hospitais.
O trajeto se encerra em Santiago de Cuba, onde, nas montanhas da Sierra Maestra, os combates contra o governo de Fulgêncio Batista se iniciaram.