Temer promete terminar obra do Instituto do Cérebro do Rio – inaugurado em 2013 sem estar concluído

André Gomes de Melo / GERJ

Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, no Rio de Janeiro

O presidente Michel Temer determinou nesta sexta-feira (15) ao ministro da Saúde, Ricardo Barros, que viabilize as verbas necessárias para o término da obra do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), no centro do Rio de Janeiro. Inaugurado em 2013, o prédio do hospital não foi concluído.

“Sensibilizado pela visita que fiz aqui, quero, no retorno, combinar com o Ricardo Barros [ministro da Saúde], que ele faça uma aliança com a Secretaria de Saúde para que possamos concluir as obras. O estado põe um pedacinho, a União federal põe um pedação e nós vamos concluir a obras”, disse.

“Eu sempre acho que há um intento quando as pessoas convidam para uma visita. Quando insistiram que eu viesse aqui, acredito que foi para que déssemos um passo adiante, não apenas o que foi destinado mês a mês. E estou aqui para fazer esse anúncio”, acrescentou.

Temer disse que gostaria que o processo fosse agilizado de forma a ser entregue ainda na sua gestão, que termina em 31 de dezembro de 2018.

“Sei que vou preocupar o Ministério do Planejando, da Fazenda, mas já combinarei com o Ricardo Barros para que nós possamos terminar essa obra, que é de vital importância. Como eu tenho pouco tempo de governo, mais ou menos um ano e meio, eu apreciaria muitíssimo que vocês agilizassem isso para que eu pudesse vir aqui com vocês inaugurar o novo instituto”, declarou.

O ministro da Saúde adiantou que o custo da obra está estimado em de R$ 23 milhões, valor que será dividido entre os governos estadual e federal.

“Nós tomaremos as providências técnicas necessárias para a liberação dos recursos. Pode acontecer em poucos meses, se a documentação estiver em ordem e nós tivermos rapidez em cumprir as exigências técnicas que a burocracia nossa impõe”, afirmou.

O diretor do IEC, Paulo Niemeyer Filho, explicou que o instituto não conta com leitos de enfermaria para os pacientes, portanto a conclusão do prédio possibilitará a ampliação no atendimento, com a criação de 200 leitos.

“Hoje o instituto funciona apenas com leito de CTI, que são muito dispendiosos, e pacientes que não precisariam estar no CTI estão ocupando esses leitos. Então, com esse prédio, nós vamos ter leitos de enfermaria, leitos normais, e as crianças vão ter uma área maior, são dois andares só para as crianças, para cirurgias graves, de alta complexidade”.

Verbas para a saúde

Temer e o ministro da Saúde estiveram hoje no IEC para a cerimônia de inauguração do Centro de Radiocirurgia, com o primeiro equipamento Gamma Knife em uma instituição pública do país, utilizado para o tratamento de doenças neurológicas como tumores cerebrais e mal de Parkinson utilizando a radiocirurgia, um procedimento cirúrgico sem a necessidade de incisões.

O equipamento foi comprado com recursos doados pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Ricardo Barros anunciou o aumento de 55% no orçamento da instituição, com o investimento federal no IEC que passa a cobrir 80% do total. Com isso, serão R$ 25,1 milhões a mais por ano, chegando a R$ 70,4 milhões da União no IEC.

O estado receberá ainda mais R$ 113 milhões adicionais para custeio da saúde, com emendas dos deputados federais destinadas, principalmente, aos hospitais federais no estado.

Segundo o diretor do IEC, Paulo Niemeyer, a ajuda mensal vai “tirar do sufoco” o instituto, que em quatro anos fez quase 5 mil cirurgias eletivas, 47 mil consultas e 530 mil exames. Uma das especialidades é o atendimento especializado em microcefalia.

“O programa de microcefalia, que tem funcionado independentemente dessa ajuda, foi desenvolvido aqui. Os novos recursos vão ser importantes para a manutenção das cirurgias, que são mais dispendiosas, são de alta complexidade, e que estavam diminuindo de número por falta de recursos. Então vamos voltar ao nível anterior, de cerca de oito cirurgias por dia”, disse.

Hospitais federais

Quanto à reestruturação dos hospitais e institutos federais no Rio, Ricardo Barros disse que o ministério não vai atender ao pedido da administração das unidades para contratar 3,5 mil funcionários temporários.

Segundo ele, foi contratada consultoria especializada do Hospital Sírio-Libanês, que indicou medidas para aumentar a produtividade dos hospitais em 20% com os mesmos recursos já empregados.

“Nossa consultoria especializada disse que com 2 mil contratos temporários é perfeitamente possível atender, desde que especializemos os hospitais para que eles tenham mais produtividade. Dentro da boa gestão, autorizaremos a contratação ou a renovação desses profissionais temporários”, conclui.

Ciberia // Agência Brasil

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