Na sequência de uma denúncia de assédio sexual, o vice-primeiro-ministro australiano apresentou sua demissão tanto do cargo no executivo como na liderança do Partido Nacional. Barbany Joyce irá, porém, se manter como deputado.
Barnaby Joyce, vice-primeiro-ministro australiano, anunciou nesta sexta-feira (23) que vai se demitir na segunda-feira (26) do cargo no executivo e na liderança do Partido Nacional, na sequência de uma denúncia por um suposto assédio sexual.
“Já informei o primeiro-ministro, Mathias Cormann, e também meus colegas”, disse Joyce, em coletiva de imprensa. A decisão foi anunciada depois de, nesta quinta-feira (22), o partido ter confirmado a recepção de uma denúncia de um suposto assédio sexual contra Joyce, que negou a acusação.
O líder do Partido Nacional, formação conservadora com forte implantação em zonas rurais do país, afirmou que vai se manter como deputado pelo círculo de New England.
A posição do vice-primeiro-ministro começou a ser questionada, no começo do mês, quando foi divulgada uma ligação amorosa com uma ex-funcionária. O escândalo se deu quando, no início de fevereiro, a imprensa australiana noticiou que Joyce, de 50 anos, seria o pai de um bebê com a sua ex-assessora de imprensa Viccki Campion, de 33 anos.
“Pedi, pelo direito da pessoa que apresentou a denúncia e pelo meu direito de me defender, que o caso seja enviado para a polícia”, afirmou Joyce, que anunciou a renúncia depois de dias de pressão para apresentar a demissão.
O primeiro-ministro australiano e líder do Partido Liberal, Malcom Turnbull, proibiu na semana passada relações sexuais entre ministros e funcionários, na sequência do episódio que envolveu o vice-primeiro-ministro Joyce.
Contudo, os ministros podem manter relações com funcionários de outros departamentos ou com pessoas que já trabalharam para o seu respectivo ministério, mas que, entretanto, abandonaram o cargo.
Turnbull pediu inclusive para Joyce tirar uma semana de férias, de modo a evitar que o número dois assumisse a chefia do governo durante a viagem do primeiro-ministro aos Estados Unidos.
Ciberia, Lusa // ZAP