Fernando Frazão / Agência Brasil

Um em cada três brasileiros (35%) teve amigos ou parentes assassinados, revela pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Segundo o estudo, divulgado hoje (8), são cerca de 50 milhões de brasileiros maiores de 16 anos que perderam uma pessoa próxima vítima de homicídio ou latrocínio (roubo seguido de morte).
O índice dos que tiveram familiares ou amigos mortos violentamente é maior entre os negros, 38%, enquanto entre os brancos é de 27%.
O levantamento mostra ainda que 12% da população maior de 16 anos, cerca de 16 milhões de pessoas, tiveram alguém do circulo afetivo morto por um agente de segurança, policial ou guarda municipal.
Entre os jovens, de 16 a 24 anos, esse percentual chega a 17%.
Em entrevista ao G1, Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, disse que existe um debate sobre vítimas de homicídios, mas que há pouca discussão sobre “as pessoas que ficam”.
“Em geral, falamos das 60 mil vítimas de homicídio por ano, o impacto que isso tem para o estado brasileiro, como isso afeta a relação da sociedade com as instituições e a descrença no poder público, o prejuízo econômico gigantesco que isso representa, que inibe investimentos, que as mortes prematuras são pessoas que deixam de produzir e etc. Mas muitas vezes nos esquecemos de quem fica e quais as perspectivas que ficam para essas pessoas”, afirmou.
Feridos
O levantamento revela ainda que foram vítimas de ferimentos com armas de fogo 4% dos entrevistados, o que representa na projeção populacional de 5 milhões de indivíduos com mais de 16 anos.
As vítimas de facas e outras armas brancas somam 8%, ou 10 milhões de pessoas. Além disso, 12% dos ouvidos disseram ter sofrido ameaças de morte.
Quase todos os que responderam a pesquisa (94%) acreditam que o índice de homicídios no Brasil é muito alto e 96% acham que todas as esferas de governo precisam se unir para reduzir a violência.
Foram registradas 58.383 mortes violentas no Brasil em 2015, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que também é elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Para a pesquisa divulgada hoje, foram ouvidas 2.065 pessoas em 150 municípios de 3 a 8 de abril. Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública não comentou o estudo.
Ciberia // Agência Brasil