Segundo Acnur, civis chegam desesperados por comida, abrigo e cuidados de saúde; agência da ONU nota que situação socioeconômica e política da Venezuela “é complexa e só piora”; chegada de refugiados coloca pressão na capital de Roraima, Boa Vista.
A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, avalia que a situação política e socioeconômica da Venezuela “é complexa e continua piorando”. Com isso, os venezuelanos que fogem para o Brasil chegam “desesperados por comida, abrigo e cuidados de saúde” e muitos “precisam de proteção internacional”.
Segundo o governo brasileiro, cerca de 800 venezuelanos chegam por dia no país, que já recebeu 52 mil civis da nação vizinha. A maioria, 40 mil, buscou refúgio na capital de Roraima, Boa Vista.
O Acnur destaca que esse volume só cresce, colocando pressão sobre os sistemas de saúde e de saneamento da cidade. As autoridades declararam estado de emergência e R$ 190 milhões foram separados para a assistência humanitária aos venezuelanos.
A agência da ONU trabalha com o governo federal do Brasil para registrar e garantir que todos os requerentes de asilo recebam documentação, essencial para que possam acessar serviços básicos.
A preocupação com as pessoas que estão morando nas ruas cresce, especialmente pelo risco de exploração sexual e de violência. Nas últimas semanas, dois abrigos foram inaugurados em Boa Vista, com capacidade para abrigar 500 pessoas cada um.
O Acnur fica responsável pelos abrigos, enquanto o Exército brasileiro fornece refeições e segurança. Já o governo municipal cuida das campanhas de vacinação.
A agência da ONU também coordena a realocação de refugiados, para aliviar a pressão de Boa Vista. Nesta semana, um avião da Força Aérea levou mais de 100 venezuelanos para São Paulo. A cidade de Cuiabá também deve receber pessoas neste fim de semana.
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