O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu nesta quarta-feira (8) ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) uma investigação profunda sobre o suposto pagamento de propina da Odebrecht ao coordenador de sua campanha eleitoral em 2014.
“Solicito ao CNE uma investigação a fundo o mais rápido possível para que toda a verdade sobre o caso Odebrecht seja divulgada”, escreveu Santos em sua conta no Twitter, no primeiro pronunciamento sobre o caso.
O procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, disse hoje que o ex-senador Otto Bula, preso por ter recebido propina da Odebrecht, afirmou que parte do dinheiro – cerca de US$ 1 milhão – foi repassada a Roberto Prieto, coordenador da campanha para a reeleição do presidente Santos em 2014.
No entanto, Martínez explicou que a procuradoria “carece de provas” se o dinheiro efetivamente entrou na campanha de Santos e que a investigação caberá ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
“A Procuradoria carece de competência para identificar se eles violaram ou não as normas sobre financiamento eleitoral”, ressaltou o procurador-geral, informando que cópias do processo foram enviadas ao CNE para dar sequência às investigações.
O financiamento ilegal atinge também o adversário de Santos nas eleições presidenciais de 2014, Óscar Iván Zuluaga, candidato pelo Centro Democrático, partido do ex-presidente Álvaro Uribe.
Segundo a revista “Veja”, parte dos salários do publicitário Duda Mendonça, que assessorou Zuluaga na campanha, foram pagos pela Odebrecht.
A denúncia causou nos últimos dias um cisma político no partido do ex-presidente Álvaro Uribe. A direção nacional do Centro Democrático pediu o início de uma investigação formal sobre o caso, que, segundo Martínez, foi passada ao CNE por ser a “autoridade competente”.
“Temos que permitir que o CNE possa tomar uma decisão e, para isso, ele contará com a cooperação da Procuradoria, não só no caso do suposto financiamento da campanha do presidente Santos, mas também para o caso de Zuluaga”, concluiu Martínez.
De acordo com o procurador-geral, testemunhas afirmaram que um dos membros da campanha de Zuluaga era o “canal de comunicação” com a Odebrecht.
// EFE