A liderança republicana da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos adiou a votação prevista para esta quarta-feira sobre a reforma do sistema de saúde para substituir a lei aprovada pelo ex-presidente Barack Obama, o “Obamacare”, devido à falta de apoio dentro do próprio partido.
Fontes do Congresso disseram à Agência Efe que não se sabe quando a votação será realizada. Mais cedo, o presidente Donald Trump teve uma reunião de última hora para tentar convencer o grupo ultraconservador Freedom Caucus a votar a favor do texto, mas não teve sucesso.
O presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, concederia uma entrevista coletiva para falar da votação, mas o evento também foi adiado após os republicanos constatarem que não tinham apoio suficiente para chegar aos 216 votos necessários para aprovar a lei.
Fontes da Casa Branca disseram que a votação será amanhã. No entanto, a liderança republicana, responsável por estabelecer o calendário do Congresso, não se pronunciou sobre o assunto.
“Hoje vamos continuar debatendo porque não temos os votos suficientes. Estamos considerando a situação, houve progressos, mas precisamos que isso não seja apenas uma promessa de campanha cumprida, mas realmente diminua os custos dos planos para todos os americanos”, disse Mark Meadows, presidente do Freedom Caucus.
Com os democratas unidos para impedir a revogação do “Obamacare”, se 22 republicanos votarem contra o projeto de lei apoiado por Trump, o presidente sofrerá sua primeira derrota legislativa. Hoje, o número de críticos ao projeto superava o necessário para obter a aprovação, segundo cálculos da imprensa e fontes legislativas.
Em sua entrevista coletiva diária, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, rebateu as informações e reforçou hoje que o número de congressistas que defendem a lei segue crescendo. Segundo ele, a reunião com os membros do Freedom Caucus foi um “passo positivo” para conseguir a aprovação da proposta.
“Certamente estamos tentando chegar a um acordo. Fizemos pedidos razoáveis e esperamos que eles sejam escutados e adotados”, afirmou Meadows.
O problema das negociações dentro do próprio Partido Republicano de Donald Trump é que as exigências dos ultraconservadores de incluir algumas mudanças afastam ainda mais o apoio dos mais moderados ao texto.
// EFE