Foram 191 votos a favor da resolução, duas abstenções e nenhum contra; em 25 anos, esta foi a primeira vez que os Estados Unidos se abstiveram.
Como em todos os anos, a Assembleia Geral das Nações Unidas colocou em votação, nesta quarta-feira, uma resolução pedindo o fim do embargo econômico e comercial imposto pelos Estados Unidos a Cuba.
O governo americano, que durante 24 anos votou contra o documento, tomou uma decisão histórica. Quem fez o anúncio na Assembleia Geral foi a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power.
Abstenção
A embaixadora foi bastante aplaudida ao declarar que os Estados Unidos sempre foram contra a resolução, mas desta vez, o país decidiu se abster da votação.
Samantha Power lembrou que há dois anos, o presidente Barack Obama afirmou ser contra o bloqueio e pediu para o Congresso retirar o embargo.
Mas o país rejeita o texto da resolução da Assembleia Geral, que segundo a embaixadora, sugere que as ações do seu país contra Cuba vão contra a Carta da ONU e leis internacionais.
Diálogo
O resultado final entre os países-membros da ONU foi de 191 votos a favor da resolução e duas abstenções, dos Estados Unidos e de Israel. Foi a primeira vez que não houve nenhum voto contra.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba participou da votação. Bruno Rodríguez Parrilla reconheceu que nos últimos dois anos, houve avanços no diálogo e na cooperação entre os dois países.
O ministro ressaltou, entretanto, que o bloqueio econômico, comercial e financeiro persiste, provocando danos ao povo cubano e criando obstáculos ao desenvolvimento econômico do país.
Segundo Rodríguez Parrilla, o embargo tem um caráter extraterritorial, afetando diretamente os Estados-membros das Nações Unidas. O ministro cubano lembrou que o próprio presidente americano e outros alto funcionários chegaram a classificar o bloqueio de “obsoleto”.
// Radio ONU