É uma reviravolta surpreendente na abordagem efetuada pelos EUA ao conflito com a Coreia do Norte. A administração de Donald Trump abre “a porta” ao “diálogo direto” com o regime de Kim Jong-un sem impor “condições prévias”, como o abandono do programa nuclear.
Os EUA sempre exigiram aos norte-coreanos a renúncia ao armamento nuclear como ponto preliminar para qualquer conversa, com vista a uma solução para a tensão latente entre os dois países.
Agora, o secretário de Estado Rex Tillerson oferece à Coreia do Norte “um diálogo direto e sem condições prévias”, conforme referiu em coletiva de imprensa em Washington, segundo adianta a CNN.
A proposta é mais surpreendente do que quando, há cerca de 15 dias, a Coreia do Norte lançou aquele que foi descrito como o seu míssil intercontinental mais poderoso, que teria capacidade para atingir todo o território dos EUA.
É também uma abordagem completamente contrária ao o discurso oficial de Trump que chegou a ameaçar lançar um ataque militar “esmagador” contra o regime de Kim Jong-un.
“Estamos prontos para conversar, a qualquer momento que a Coreia do Norte queira”, diz, agora, Tillerson.
O Secretário de Estado dos EUA afirma que não é viável pedir ao regime norte-coreano que desista do seu programa nuclear, frisando que Trump também concorda com a ideia.
“Não é realista dizer que só vamos falar se aparecerem à mesa prontos para desistir do seu programa”, salienta Tillerson, segundo cita a CNN. “Investiram muito nele e o presidente [Donald Trump] está também muito realista em relação a isso”, constata.
Assim, os EUA estão “preparados para o primeiro encontro sem pré-condições”, frisa Tillerson. “Vamos simplesmente nos encontrar e podemos conversar sobre o tempo se quiserem”, acrescenta. “Mas podemos, pelo menos, nos sentar e nos vermos cara a cara e depois, podemos começar a traçar um mapa, um roteiro daquilo em que podemos estar interessados em trabalhar”, diz ainda.
A única exigência de Tillerson para que o diálogo ocorra é um “período de calma” nos testes de mísseis norte-coreanos. Pois, sem isso, seria “muito difícil ter discussões produtivas”, diz.
Durante a mesma coletiva, Tillerson abordou, ainda, as conversas diplomáticas com a China, referindo que têm abordado uma atuação conjunta perante um eventual colapso do regime norte-coreano.
O Secretário de Estado revelou também que os EUA se comprometeram com os chineses a se afastarem da fronteira norte-coreana, mantendo apenas um papel interveniente na questão das armas nucleares, para que não caiam “em mãos indesejáveis”.
Cibera // ZAP