A Folha de São Paulo lançou o alerta, mas a construtora Odebrecht negou que existam riscos ao público da Arena Corinthians, localizada na zona leste da capital paulista.
“Ao longo destes dois anos e meio de operação, dezenas de partidas de futebol e diversos outros eventos foram realizados, sem oferecer qualquer risco aos usuários”, diz, na página do Corinthians, o comunicado divulgado pela empresa que construiu o estádio.
Na terça-feira (1º), após uma inspeção na arena, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) identificou indícios de vazamento no local.
A empresa responsável pelo abastecimento de água na cidade disse que alertou em fevereiro o Corinthians sobre a alta de consumo no estádio, “o que sinalizaria um vazamento interno”, segundo comunicado da companhia.
Segundo disse a Folha de S.Paulo na terça-feira, uma auditoria interna do Corinthians investiga o risco de haver um deslizamento de terra na área externa do estádio do clube, em Itaquera. O temor é que possa atingir a Radial Leste, uma das principais vias na zona leste da capital paulista.
Segundo a Folha, o caso foi descoberto em julho. Uma apuração interna do clube indicou que havia uma relação entre o deslizamento e um vazamento de água no subsolo do estacionamento, que fica no lado leste da arena.
O local comporta 350 carros e está sendo utilizado por torcedores em dias de jogo.
Risco de deslizamento
Uma reportagem publicada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo mantém que há possibilidade de deslizamento no estacionamento do estádio devido ao vazamento. Ao lado do espaço destinado a acomodar os carros do público da arena passa a Avenida Radial Leste, que liga o centro paulistano à zona lesta da cidade.
A Odebrecht diz que o vazamento detectado pela Sabesp era causado por um problema em um registro, que não afetou o terreno.
“O vazamento, de 2015, foi devido a um problema detectado em um registro localizado dentro de uma caixa de passagem, que fez a água escoar por uma tubulação de esgoto, instalada no mesmo local. Ou seja, não houve infiltração no solo”, acrescenta a nota da empresa.
O deslizamento ocorrido este ano em parte do estacionamento do estádio foi causado, segundo a construtora, por chuvas além do esperado. “A erosão, de 2016, foi ocasionada por chuvas torrenciais e acima de qualquer expectativa na região, tanto assim que a seguradora foi acionada e ressarciu parte dos danos”, informa o comunicado.
A construtora diz ainda que garante a qualidade da obra entregue, mas que a manutenção do espaço é de responsabilidade do Fundo Imobiliário que administra a arena.
O espaço tem, segundo a empresa, toda a documentação e laudos que garantem a segurança do local. “Tanto que o estádio possui alvará de funcionamento e todos os demais laudos de segurança necessários a sua operação, emitidos pelos órgãos públicos que fiscalizam periodicamente as instalações locais, sem apontar nenhuma restrição”.