O roubo de vários objetos no Maracanã está sendo investigado pela polícia brasileira. Entre os objetos levados está o busto em bronze do jornalista Mário Filho, que deu o nome oficial ao estádio mais emblemático do Brasil.
Além dos muitos objetos que os assaltantes levaram, o jornal O Globo, que teve acesso ao interior do estádio do Rio de Janeiro, mostra um recinto completamente vandalizado, com falta de várias cadeiras nas bancadas, paredes em mau estado de conservação e um gramado estragado devido à falta de rega.
O estádio Maracanã foi alvo de um dispendioso plano de remodelação, no âmbito da organização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Os furtos que têm sido registrados no Maracanã, que incluem o busto do jornalista Mario Filho, eram uma preocupação que vinha desde o primeiro semestre do ano passado.
É o que demonstra um documento de 15 de junho de 2016 encaminhado pela concessionária que administra a arena ao governo do Estado e ao Comitê Rio-2016. Segundo a Maracanã S. A., o acervo era de responsabilidade do Estado.
Logo em sua primeira página, a carta pedia a “designação de servidor e adoção de providências concretas” para a retirada do material. O documento lembra que o Maracanã estava cedido de modo exclusivo ao Comitê Rio-2016 desde 1.º de março do ano passado e, de acordo com o Termo de Autorização de Uso (TAU), todas as áreas do estádio eram de responsabilidade do Rio-2016. Mas, no item IV, alerta que “o acervo histórico e outros bens de titularidade da Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio) permanecem guardados, durante o contrato, em algumas salas da área cedida, sob a responsabilidade da Suderj”.
A carta relata “sucessivas solicitações” da concessionária à superintendência para retirada do material. Segundo o documento, apesar dos pedidos o órgão “não cuidou de retirar o acervo histórico composto por um conjunto de bens” e nem mesmo indicou um servidor para tal. E faz um alerta: “A demora na adoção das providências poderia causar danos irreparáveis ou de difícil reparação ao acervo histórico, que tem alto valor cultural e patrimonial para a sociedade brasileira”.
O documento está registrado no 1.º Ofício de Registro de Títulos do Rio de Janeiro, e informa ainda que, naquele 15 de junho, as chaves dos locais que abrigam o acervo do Maracanã haviam sido entregues na Suderj.
A Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude do Rio, responsável pela Suderj, informou que o assunto deve ser tratado diretamente com a Casa Civil do Estado, que ainda não havia se posicionado até o fechamento deste texto.
Ciberia // Agência BR