A Campanha Internacional para a Banimento das Armas Nucleares (ICAN, sigla em inglês) foi premiada, nesta sexta-feira (6), com o prêmio Nobel da Paz, anunciou o Comitê Nobel Norueguês, alertando sobre as “consequências humanitárias catastróficas” desses arsenais e pelos seus esforços para fazer um tratado que os proíbe.
Esta coalizão de associações que estende por 100 países foi uma “força motriz” e um “ator líder da sociedade civil” do movimento contra as armas nucleares e galvanizou esforços para “estigmatizar, proibir e eliminar” este tipo de armamento, diz a argumentação do prêmio.
O Comitê enfatizou o “sofrimento humano inaceitável” como um “argumento importante” para a proibição de armas e enfatizou que outras armas menos destrutivas, como as minas antipessoais, bombas de fragmentação e armas químicas e biológicas já foram proibidas por diferentes tratados.
O Nobel destacou que no dia 7 de julho deste ano, 122 países assinaram um tratado internacional contra a proliferação nuclear, mas lamentou que nenhum dos “países que têm armas nucleares, nem seus aliados” ratificaram, mesmo que Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China deram um primeiro passo neste sentido.
Este prêmio, acrescentou a decisão, é “também um apelo” a estes países para que iniciem “negociações sérias” para a eliminação das 15 mil “armas nucleares existentes em todo mundo”.
A ICAN está sucedendo o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que foi homenageado pelos seus “decididos esforços” para levar a paz ao seu país, após 52 anos de conflito armado, uma decisão anunciada dias após vencer o “não” no referendo colombiano, sobre os acordos com a guerrilha das FARC.
O anúncio deste ano foi a estreia da presidente do Comitê Nobel Norueguês, Berit Reiss-Andersen, que assumiu o cargo após a morte de Kaci Kullmann Five, ex-líder conservadora norueguesa, em fevereiro deste ano.
O prêmio da Paz fecha os anúncios do Nobel esta semana, que foi aberto na última segunda-feira com o de Medicina aos cientistas americanos Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young, por descobrir os mecanismos do relógio “biológico interno”.
Ontem foi o turno da Literatura, que foi para o escritor britânico de origem japonesa Kazuo Ishiguro, reconhecendo a força “emocional” de seus romances, enquanto que na próxima segunda será conhecido o vencedor do prêmio Nobel de Economia.
A entrega da premiação acontecerá no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do fundador dos prêmios, Alfred Nobel, em uma dupla cerimônia na Câmara Municipal de Oslo, onde será entregue o da Paz, e no Konserthus, de Estocolmo, para o resto dos prêmios.
Ciberia // EFE