Manny Medrano, aluno da Universidade de Harvard, conseguiu decifrar o misterioso código secreto dos incas: o quipo, um sistema de cordas com nós que representa a forma de comunicação usada na época e que nunca ninguém conseguiu decifrar.
Os incas não tinham um sistema de escrita. Em vez disso, tinham um sistema de codificação conhecido como quipo, um conjunto de cordas com nós de diferentes cores.
Segundo o Boston Globe, há em todo o mundo quase mil exemplos desses “códigos incas” mas nunca ninguém conseguiu decifrar o mecanismo por trás deste sistema de cordas, que tem o aspecto de um simples objeto artesanal.
O mistério foi agora desvendado por Manny Medrano, um aluno da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Durante as férias, o jovem comprou seis exemplares de quipos de um colecionador italiano e descobriu o código secreto dos incas.
“Temos a tendência de encarar a linguagem como algo falado ou escrito”, explica Medrano. “Mas o quipo rompe esse limite imposto por nós mesmos e faz da linguagem algo que se pode entender, tocar e manejar com as mãos“, acrescenta.
O estudante fez gráficos onde colocou os instrumentos incas de maneira a compará-los com um antigo documento das autoridades espanholas, um censo que teria vindo da mesma região dos incas. “Era uma coincidência muito forte para ser só uma coincidência”, afirma Medrano.
Durante a análise, o aluno de Harvard reparou que o número de cores das cordas coincidia com o número de nomes do censo espanhol. Por exemplo, se houvesse oito “João”, estariam todos representados pela mesma cor, enquanto os “Pedro” estariam marcados com uma cor diferente.
Os quipos eram semelhantes e provenientes de um vale da costa norte do Peru, enquanto o documento fazia referência a 132 contribuintes de uma aldeia. No total, os seis quipos tinham exatamente 132 conjuntos de seis cordas cada um. “Havia muitas cores distintas, diversidade suficiente para codificar um idioma”, conta Manny Medrano.
Em janeiro, o jovem estudante e um especialista em quipos da Universidade de Harvard, Gary Urton, vão descrever detalhadamente as descobertas em um artigo a ser publicado na revista Ethnohistory.
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