O presidente das Filipinas suscitou uma vaga de críticas depois de sugerir a uma mulher que subisse ao palco e o beijasse nos lábios durante um ato público celebrado em Seul.
Nas imagens do evento, celebrado neste domingo (3) com trabalhadores filipinos no estrangeiro, Rodrigo Duterte chama duas mulheres ao palanque com o pretexto de lhes dar um livro, enquanto pede a uma delas que o beije nos lábios, sendo que ela acaba aceitando.
“Tem que me pagar com um beijo, está preparada para me beijar?“, disse à trabalhadora em troca de um exemplar do livro “O altar dos segredos: sexo, política e dinheiro na Igreja Católica das Filipinas”, do falecido jornalista Aries Rufo.
Enquanto a mulher lhe oferecia a face argumentando que é casada, Duterte repetiu que a pretendia beijar nos lábios e, depois do beijo, deu um abraço entre os aplausos e ovações do público, de acordo com um vídeo do canal filipino PTV4. Pelo contrário, o vídeo oficial divulgado pelo governo filipino não inclui essa parte.
Segundo o Diário de Notícias, as críticas não demoraram, entre as quais as da associação feminista Gabriela, que classificou o ato do presidente como uma “encenação repugnante de um presidente misógino que se sente no direito de rebaixar, humilhar ou desrespeitar as mulheres de acordo com seu capricho”.
A associação acusa ainda o chefe de Estado de usar esses “atos de machismo” como “entretenimento para esconder a realidade da sua queda de popularidade devido a questões como execuções extrajudiciais, a lei da Reforma Tributária e os grandes escândalos de corrupção que agora assolam seu governo”.
Mais tarde, a mulher disse que estava “nervosa, entusiasmada e assustada” com a situação, sobretudo porque o marido dela estava na plateia, mas referiu que o beijo “não teve malícia” e que beijar o presidente era uma experiência única, cita o Público.
Duterte chegou à Coreia do Sul neste domingo para uma visita oficial de três dias, que inclui um encontro com o presidente Moon Jae-in.
Esta não é a primeira vez que Duterte causa polêmica. Em fevereiro, o presidente filipino ordenou as tropas oficiais para “disparar nas vaginas” das mulheres que combatem ao lado dos rebeldes.
Ciberia // ZAP