As abelhas compreendem a noção de ‘zero’, o número que representa a inexistência de algo, assim como os golfinhos, papagaios e os primatas.
As abelhas acabam de entrar para o “clube de elite” de animais que conseguem distinguir o zero – o número que representa a inexistência de algo, de outras quantidades. Esta é a principal conclusão de um estudo realizado por cientistas australianos e franceses, publicado nesta sexta-feira (8) na Science.
Na experiência laboratorial, os cientistas testaram até que ponto as abelhas conseguem classificar quantidades numéricas e perceber que o zero é a base da sequência de números. Enquanto os humanos possuem cerca de 86 bilhões de neurônios, esses insetos têm menos de 1 milhão.
Mesmo assim, as abelhas estiveram à altura do desafio. “O zero é um conceito difícil de compreender e a habilidade matemática não surge facilmente. Uma criança demora alguns anos para aprender”, explicou Adrian Dyer, da universidade tecnológica RMIT, em Melbourne, na Austrália.
Na experiência, os cientistas atraíram as abelhas para uma parede com quadrados brancos e figuras pretas, que representavam números até cinco. Depois, explica o Público, as abelhas foram treinadas para escolher o quadrado com o menor número de figuras. Se o fizessem corretamente, recebiam uma recompensa açucarada.
A equipe de pesquisadores fez testes com um quadrado sem figuras e com quadrados com figuras e observaram que os animais compreendiam que o zero (o quadrado sem figuras) era o número mais baixo – embora não tenham sido treinadas para isso.
Estes resultados podem nos ajudar a entender como diferentes cérebros representam o zero ou, por outro lado, contribuir para novos desenvolvimentos na Inteligência Artificial.
Dyer defende que o zero é tão importante no nosso dia a dia como para a construção de naves espaciais.
“Pensávamos que apenas os humanos tinham inteligência para entender o conceito, mas estudos recentes têm mostrado que os macacos e as aves também têm um cérebro capaz de fazer isso. O que não sabíamos – até agora – era se os insetos compreendiam o zero”, concluiu o especialista.
Ciberia // ZAP