A gorila mais famosa do mundo morreu na terça-feira (19) durante o sono, na Califórnia (EUA). Conhecida por suas capacidades comunicativas, Koko, de 46 anos, mudou completamente a nossa percepção sobre a inteligência dos primatas e suas capacidades emocionais.
“Koko chegou a milhões de pessoas como embaixadora de todos os gorilas e um ícone de comunicação e empatia entre espécies. Ela foi amada e deixará saudades”, disse nesta quinta-feira (21) a Gorila Foundation, em comunicado citado pela EFE.
A gorila, nascida no zoológico de São Francisco em 4 de julho de 1971, tinha um “extraordinário domínio da linguagem de sinais e era a principal embaixadora da sua espécie, que corre risco de extinção”, acrescentou a fundação dedicada à proteção destes animais.
Desde cedo, Koko, também conhecida como “a gorila mais inteligente do mundo“, impressionou pelas suas capacidades de aprendizagem de sinais e comunicação com os humanos. Koko usava mais de 1.000 sinais da linguagem gestual dos EUA para tentar se comunicar com seus tratadores.
A pesquisadora Francine “Penny” Patterson, com a especialista em linguagem de sinais June Monroe, trabalhou com a gorila, que rapidamente aprendeu a linguagem, conseguindo se comunicar com as tratadoras. Koko era capaz de informar os visitantes do zoológico – através de linguagem gestual – para que não a alimentassem.
A gorila não usava sintaxe nem gramática, sendo seu nível de comunicação equivalente a uma criança de 3 anos. Ainda assim, Koko era capaz de falar de objetos que não estavam próximos e mostrava ter boa memória, ao ponto de se referir a acontecimentos passados em décadas anteriores, segundo relata o HypeScience.
Ao longo de décadas, Koko mostrou vontade em ser mãe, mas nenhuma de suas tentativas para engravidar deu certo. Para que a gorila tivesse a oportunidade de passar por uma experiência semelhante à maternidade, Koko adotou vários gatos, que cuidou sempre com muito carinho.
Com apenas cinco anos, Koko já era um nome familiar, tendo aparecido duas vezes na capa da revista National Geographic. Em 1978, em uma capa na qual a própria gorila tirava uma foto no espelho. Anos depois, em 1985, também foi capa com uma foto na qual cuidava do seu gato de estimação.
Koko tinha também alguns amigos bastante famosos. Durante sua vida recebeu a visita de algumas celebridades, como Robin Williams, que a visitou em 2001. Durante o encontro, a empatia foi notória, tendo Koko experimentado os óculos do ator.
Em 2014, depois de saber da morte de Robin Williams, a gorila chorou e ficou “quieta” e “pensativa” o resto do dia. O ator, vencedor de um Oscar, era presidente honorário da Gorilla Foundation e descrevia Koko como uma gorila “inesquecível”.
A fundação garantiu que honrará a memória e o “legado” do primata, com projetos já em curso que incluem um santuário para gorilas em Maui, no Havaí, a conservação da vida selvagem na África, bem como o desenvolvimento de um aplicativo sobre a linguagem de sinais.
Koko mudou para sempre a forma como vemos e compreendemos os gorilas, tendo também conseguido alertar o mundo para a importância de preservar esses animais e seus habitats.
Ciberia // HypeScience / ZAP