Shaparak Shayarizadeh, uma das mulheres detidas no Irã por tirar o véu de uso obrigatório em público, denunciou que foi condenada a 20 anos de prisão, 18 deles de pena suspensa, embora por enquanto não haja confirmação oficial.
“Me deram a sentença: 20 anos. 20 anos por protestar contra uma lei injusta, pela minha desobediência civil e por tirar o véu em público”, afirmou em um vídeo publicado nesta segunda-feira em sua conta de Instagram.
Até o momento, o poder judicial iraniano não se pronunciou sobre este caso e nem sobre a condenação anunciada pela mulher, liberada mediante pagamento de fiança no final de fevereiro após mais de um mês atrás das grades.
Sem véu e à beira das lágrimas, Shayarizadeh explicou no vídeo que a condenação estipula “dois anos de prisão e 18 anos de prisão de pena suspensa”. “Eu devo viver durante 18 anos quieta, e além disso, o promotor queria uma pena mais dura de prisão“, denunciou a mulher.
Shayarizadeh foi detida em janeiro nos protestos contra o uso obrigatório do véu no Irã, o que levou algumas mulheres a se manifestarem na avenida Engelab de Teerã e pendurar o hijab em um poste. Dezenas de mulheres foram detidas entre dezembro e fevereiro por este movimento de protesto, denominado “as meninas da rua Engelab”.
A advogada é a famosa defensora do direito humano Nasrin Sotudeh, que foi presa em 13 de junho por acusações que não foram divulgadas. Devido à situação da mesma, Shayarizadeh conheceu a sua sentença com atraso.
O uso obrigatório do véu às mulheres foi imposto no Irã após o triunfo da Revolução Islâmica (1978-79).
Ciberia, ZAP // EFE