O quadro “Salvator Mundi”, que em novembro bateu todos os recordes ao ser vendido por 450 milhões de dólares, pode não ser obra de da Vinci.
Em novembro, o quadro “Salvator Mundi” foi vendido pelo valor recorde de de 450 milhões de dólares, cerca de R$ 1,6 bilhão. A pintura representa Cristo com um globo de vidro na mão e foi apresentada como “o último da Vinci“, tendo sido confirmada com um dos menos de 20 quadros de Leonardo da Vinci que foram encontrados.
Agora, nove meses depois da compra, um dos principais estudiosos da obra de Leonardo da Vinci colocou em jogo a autoria da pintura. O historiador de arte na Universidade de Oxford, Matthew Landrus, acredita que a maioria do quadro foi pintada por Bernardino Luini, um dos assistentes do artista italiano.
Dessa forma, o historiador considera Bernardino Luini o “pintor primário” da obra, isto porque da Vinci só teria participado em 5 a 20% do resultado final, garante. Ao jornal britânico The Guardian, o especialista disse que, “ao olhar para as várias versões dos trabalhos dos estudantes de Leonardo, podemos ver que o Luini pinta tal e qual o trabalho que podemos ver no ‘Salvator Mundi’”.
Os principais pontos de contato entre a obra e alguns trabalhos de Luini se encontram na representação do ouro e das vestes.
“Além disso, a face de Cristo em ambas as pinturas tem uma modelação muito similar e as abordagens são muito parecidas. Os ombros de Cristo também são muito parecidos“, afirma o historiador, comparando o “Salvator Mundi” com o quadro “Cristo entre os doutores”, exposto na National Gallery, em Londres.
Ao famoso artista italiano atribui a sofisticação da técnica do sfumato presente na pintura, isto é, “as suaves graduações de sombra que evitam contornos perceptíveis ou mudanças dramáticas de tons”.
Na verdade, são vários os especialistas que têm dúvidas quanto à autoria do quadro. Michael Daley, diretor da ArtWatch UK, apontou a falta do “naturalismo e complexidade de postura” de da Vinci na pintura, considerando a teoria de Matthew Landrus “muito interessante”.
E a história dá a eles razão: segundo o Observador, em 1900, quando comprado por Sir Charles Robinson, “Salvator Mundi” foi, de fato, atribuído a Bernardino Luini.
Ciberia // ZAP