Maju Coutinho causou polêmia ao dizer que o “choro é livre” durante o Jornal Hoje. A jornalista comentava medidas de restrição adotadas por governadores e prefeitos para controlar o avanço da covid-19, entre elas o lockwdown.
“Os especialistas são unânimes em dizer que essas são medidas indispensáveis agora para conter a circulação do vírus. O choro é livre, não dá para a gente reclamar, é isso que tem”, afirmou Maria Júlia Coutinho.
Maju se desculpa
A declaração não caiu bem entre os críticos das medidas, que se uniram aos negacionistas em críticas contra a âncora do telejornal vespertido da Globo. Outros enxergaram insensbilidade de Maju com as milhares de pessoas que passam fome e enfrentam uma série de dificuldades econômicas em decorrência da falta de liderança no combate à pandemia.
Maju voltou a tocar no assunto na edição seguinte do ‘Jornal Hoje’. E se desculpou. A apresentadora disse ter usado uma “expressão infeliz” para ressaltar a urgência do cumprimento de medidas sanitárias.
“Ontem, para reforçar a necessidade do isolamento social, eu usei no improviso uma expressão infeliz que precisa de um complemento para deixar bem claro o que queria dizer. Eu reitero hoje aqui esse desejo, me desculpo pela expressão que usei anteontem e vemos nessa, bola pra frente”, salientou.
“Eu quis dizer que por mais que sejam amargas as medidas de isolamento, são necessárias para evitar o colapso do sistema de saúde, mas eu também entendo perfeitamente a dor dos pequenos e médios empresários que têm que manter os negócios fechados”, completou Maju.
Para quem passa fome…
O desemonte de políticas públicas e falta de auxílio do governo federal colocou milhares de famílias brasileiras de volta ao contato diário com a fome. O Brasil está desde 2020 no ‘Mapa da Fome’ – instrumento de medida desenvolvido pela Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) da ONU, que se debruça sobre países em que mais de 5% da população vive em estado de desnutrição.
Para conter os danos da falta de comando e os efeitos provocados pelo fechamento de comércios e da demissão em massa, setores da sociedade civil se unem em busca de medidas para amenizar os problemas de grande parte da sociedade.
Daí a importância de iniciativas como ‘Tem Gente com Fome’, que pretende doar cestas básicas para mais de 220 mil famílias em todo o Brasil. O projeto, que conta com apoio da Anistia Internacional e fio criado pela Coalizão Negra, recebe doações por meio de financiamento coletivo e já arrecabou mais de R$ 200 mil em poucos dias de vigência.
E o governo?
O presidente Jair Bolsonaro assinou duas medidas provisórias (MPs) que abrem caminho para o pagamento da nova rodada do auxílio emergencial. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o valor da parcela ficará entre R$ 175 e R$ 375 – as quantias não se aproximam do salário mínimo, tampouco ajudam famílias a saírem da situação de fome.
Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) anunciou que o estado irá isentar o leite pasteurizado da cobrança de impostos estaduais, bem como reduzir a cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre as carnes bovina, suína e de aves. Ambas as medidas valem a partir de abril.
// Hypeness