Depois de observar e analisar dois pulsares de estrelas de nêutrons, um grupo de cientistas descartou uma das duas principais teorias que explicava até agora o alto número de pósitrons perto da Terra.
Em 2008, de forma inesperada, astrônomos observaram um alto número de pósitrons – a antimatéria “prima” dos elétrons – em órbita a poucas centenas de quilômetros acima da atmosfera da Terra.
Desde então, os cientistas discutiam a causa da anomalia, dividindo-se em duas teorias concorrentes.
Enquanto uns sugeriam uma explicação simples – as partículas extra podem vir de estrelas colapsadas próximas chamadas pulsares – outros especularam que os pósitrons extra poderiam vir de processos que envolvem a matéria escura, a substância invisível mas penetrante vista até agora apenas através da atração gravitacional.
Agora, cientistas da Universidade de Maryland (EUA) e especialistas do observatório de raios gama HAWC examinaram dois pulsares – Geminga e PSR B0656 + 14 – considerados como possíveis fontes de pósitrons extra ou, em outras palavras, os antieletrotônicos que formariam a antimatéria ao redor da Terra.
Usando novos dados do observatório da HAWC, os cientistas fizeram as primeiras medições relatadas de dois pulsares anteriormente identificados como possíveis fontes do excesso de pósitrons.
Ao capturar e contar partículas de transmissão de luz a partir desses motores estelares próximos, a colaboração da HAWC descobriu que os dois impulsos provavelmente não são a origem do excesso de pósitrons.
Os cientistas determinaram que essas estrelas de nêutrons estão cercadas por uma extensa nuvem opaca que não permite a liberação da maioria dos pósitrons e, portanto, os pulsares não podem gerar excesso de antimatéria.
Essas conclusões foram publicadas na revista Science na edição de 17 de novembro.
Os novos dados sobre os dois pulsares próximos foram obtidos no observatório da HAWC, localizado em uma das encostas do vulcão Sierra Negra, perto de Puebla, no México.
Graças ao amplo campo de visão, os cientistas conseguiram detectar a emissão de raios gama de Geminga e PSR B0656 + 14, o que lhes permite excluir a origem dos pósitrons em excesso.
“Nossos cálculos não resolvem o assunto a favor da matéria escura, mas qualquer nova teoria que tente explicar o excesso dos pósitrons através dos pulsares terá que ter em conta o que descobrimos”, afirmou o professor de física da Universidade de Maryland, Jordan Goodman, cientista e porta-voz dos EUA para a colaboração da HAWC.
Ciberia // ZAP