A Argentina começou nesta terça-feira (29/12) a campanha nacional de imunização contra o novo coronavírus, tornando-se assim o primeiro país das Américas a aplicar a vacina russa Sputnik V.
A primeira fase abrange um lote de 300 mil doses, de um total de 55 a 60 milhões que o governo planeja receber até julho do ano que vem por meio de contratos com diversas empresas farmacêuticas.
A largada foi dada na província de Buenos Aires, que, por ser a mais populosa, foi a que recebeu o maior número de doses (123 mil). A primeira injeção foi aplicada em uma enfermeira no Hospital San Martín, na cidade de La Plata. Em seguida, foram imunizados uma funcionária da equipe de limpeza da unidade e um médico.
Na mesma ocasião, também foi imunizado o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof. Pertencente ao mesmo partido do governo nacional, ele tentou assim servir de exemplo e inspirar confiança no imunizante russo.
Prioridade aos profissionais de saúde
Na capital Buenos Aires, o ministro da Saúde Ginés González García esteve presente no Hospital Posadas, onde foram vacinados cinco funcionários. Lá ele aproveitou para agradecer aos profissionais de saúde pela forma como responderam à pandemia: “Por isso vamos começar a vacinar em todo o país aqueles que têm maior exposição ao risco e de quem mais precisamos que nos atendam em caso de necessidade”.
Nesta primeira fase, a prioridade será dada a profissionais de saúde de grandes aglomerados urbanos, onde a pandemia teve grande impacto e onde o risco de uma segunda onda de infecções é maior. Além disso, serão priorizados aqueles que atuam em unidades de terapia intensiva e pessoal de laboratórios, onde se manipula o vírus para a realização de diagnósticos.
Nas semanas seguintes, a campanha deverá se estender progressivamente ao restante da população: primeiramente adultos com mais de 70 anos, depois com 60 a 69 anos, seguidos de membros das Forças Armadas e pessoal de segurança, adultos de 18 a 59 anos de grupos de risco, trabalhadores educacionais docentes e não docentes e outras populações estratégicas definidas de acordo com jurisdições e disponibilidade de dose.
Aumento de casos
O início da vacinação contra a covid-19 na Argentina ocorre num momento em que o país passa por uma reversão de tendência e um ligeiro aumento de infecções, que até segunda-feira totalizavam 1.590.513 e 42.868 mortes.
A Argentina é o quarto país da América Latina a iniciar a vacinação contra o coronavírus, depois do México, Costa Rica e Chile, que aplicam a vacina do laboratório da Biontech/Pfizer. O país também assinou acordos para o fornecimento de vacinas com a Universidade de Oxford, associada à farmacêutica AstraZeneca, e com o mecanismo Covax, da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O imunizante Sputnik V ainda prevê uma segunda dose, a ser aplicada 21 dias após a primeira.