Um avião iraniano da companhia Iran Asenam Airlines que fazia a ligação entre a capital Teerã a cidade de Yasuj (sudoeste), com 66 pessoas a bordo, caiu neste domingo (18) em uma zona montanhosa do centro do país.
O aparelho desapareceu dos radares 50 minutos após a decolagem. O avião deixou o aeroporto de Teerã às 8h, pelo horário local, em direção a Yasuj, na província de Ispahan, e caiu no monte Dena, que faz parte da cadeia montanhosa de Zagros, a cerca de 500 km de distância de Teerã. Nesse ponto da viagem, o voo estava a 25 km de seu destino final.
Segundo a agência ANSA, A aeronave modelo ATR-72, de fabricação ítalo-francesa, pertencia à companhia aérea iraniana Aseman e partira da capital do país, Teerã. Seu destino era Yasuj, a cerca de 330 quilômetros de Isfahan. Inicialmente, a empresa declarou que não havia sobreviventes, mas depois voltou atrás.
A Aseman é a terceira maior companhia aérea do Irã e especializada em voos para áreas remotas, embora também faça algumas rotas internacionais. Está proibida de operar na União Europeia por razões de segurança.
As causas da queda ainda não são conhecidas, mas uma tempestade de neve atingia a região na manhã de domingo. Equipes de resgate tentam localizar o aparelho. Das 66 pessoas a bordo, 60 eram passageiras, incluindo uma criança, e seis eram tripulantes.
Segundo explicou à agência EFE, o porta-voz da Aseman, Mohamad Taqi Tabatabai, o mau tempo dificulta os trabalhos de resgate do avião acidentado, e os funcionários da companhia ainda não conseguiram chegar ao local do acidente. Um helicóptero enviado ao local do acidente não conseguiu aterrissar por causa da forte chuva, nevoeiro e vento.
Tabatabai afirmou que ainda não foi possível confirmar se as 66 pessoas que viajavam no avião ATR-72 morreram, mas que essa foi uma informação dada pelos habitantes da região.
Moradores de Samirom, no centro do Irã, afirmam ter visto o aparelho – um modelo ATR-72, fabricado pelo consórcio Airbus-Finmeccanica – cair em uma zona montanhosa próxima da cidade.
Em um primeiro momento, o porta-voz da companhia aérea, Mohammad Tabatabai, declarou à televisão estatal Irib que buscas efetuadas na região indicavam que os 60 passageiros e seis tripulantes da aeronave tinham morrido no acidente.
Pouco depois, ele voltou atrás dizendo que o aparelho não tinha sido encontrado e, por isso, a companhia “não podia confirmar de forma precisa e definitiva a morte de todos os passageiros”.
O presidente do Irã, Hassan Rohani, ordenou a abertura de uma investigação sobre o caso. O último acidente grave com um avião de linha iraniano aconteceu em 2014, quando 39 pessoas morreram na queda de um Antonov 140 da companhia iraniana Sepahan.
Frota envelhecida
As sanções impostas pela ONU, pelos Estados Unidos e por países europeus ao Irã impediram durante vários anos a renovação da frota de aviões comerciais do país.
A manutenção dos aparelhos e a troca de peças também foi prejudicada pelo embargo, parcialmente suspenso após o acordo nuclear assinado em 2015 pelo governo iraniano e as grandes potências.
Depois do levantamento parcial das sanções, a Iran Air assinou no final de 2016 a compra de 100 aeronaves da Airbus por um valor de cerca de US$ 20 bilhões. A mesma companhia também assinou o maior contrato em 40 anos com a americana Boeing, para a aquisição de 80 aparelhos a fim de substituir a frota envelhecida.