O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, restabeleceu nesta segunda-feira (25/01) a proibição da entrada no país de pessoas procedentes da União Europeia, Reino Unido e Brasil para conter a pandemia de covid-19. A nova ordem também passou a incluir a África do Sul.
A medida de Biden reverte uma decisão tomada pelo seu antecessor, Donald Trump, em 18 de janeiro, que havia determinado o fim da suspensão da entrada de passageiros desses países a partir de 26 de janeiro, mantendo apenas restrições que atingiam a China e o Irã.
“O presidente decidiu manter as restrições que estavam anteriormente em vigor para o espaço Schengen europeu, o Reino Unido, a República da Irlanda e o Brasil”, anunciou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em comunicado.
Na sua ordem executiva que reinstituiu as restrições, Biden citou as variantes de coronavírus identificadas no Brasil, Reino Unido e África do Sul para justificar a suspensão da entrada de passageiros desses países.
A proibição de passageiros provenientes da União Europeia e do Reino Unido foi imposta por Trump em março de 2020. A ordem passou a incluir o Brasil em maio.
Quando a suspensão da medida por Donald Trump foi divulgada, dois dias antes do fim de seu mandato, a então equipe de transição de Biden avisou no mesmo dia que o novo governo pretendia reverter a ordem antes que ela entrasse em vigor. Na ocasião, Jen Psaki, disse na sua conta no Twitter que, com o agravamento da pandemia e o surgimento de variantes mais contagiosas do coronavírus em todo o mundo, “este não é o melhor momento para levantar restrições a viagens internacionais”.
Após o anúncio de Trump, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, chegou a celebrar a decisão do republicano.
“O presidente Donald Trump acaba de anunciar o fim da proibição de ingresso de brasileiros nos EUA que havia sido determinada em função da Covid. Brasileiros voltarão a poder ingressar nos EUA a partir do dia 26/1, sujeitos a apresentar teste negativo de Covid (além de visto)”, escreveu Araújo no Twitter logo após o anúncio.
Teste negativo para viajar
Além de manter a suspensão de entrada de passageiros, os Estados Unidos exigirão a partir de terça-feira um teste covid-19 negativo para todos os passageiros aéreos antes de voarem para o país, incluindo americanos.
A medida, anunciada pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em 12 de janeiro, também estabelece a recomendação de submissão a um novo teste três a cinco dias após a chegada ao país e permanecer em quarentena em casa durante sete dias após a viagem.
O epidemiologista chefe dos Estados Unidos, Anthony Fauci, disse que, após os dados divulgados pelo governo britânico, pode-se presumir que a variante britânica pode “causar mais danos, incluindo a morte”, e observou que a vacina continua a ser eficaz mesmo contra a variante sul-africana.
Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia no mundo, liderando em quantidade de mortos e casos de infecção. Dados desta segunda-feira apontam que o país já registrou mais de 25 milhões de casos e mais de 419 mil mortes.
// DW