Em entrevista à CNN, presidente eleito afirma que medida pode ajudar a reduzir números da pandemia e garante que Anthony Fauci continua como conselheiro-chefe de saúde em seu governo.
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (04/12) que vai pedir aos americanos para usarem máscaras por cem dias assim que iniciar seu mandato.
Em entrevista à emissora CNN, ao lado da vice-presidente eleita Kamala Harris, Biden disse que fará o pedido aos americanos no dia da posse, 20 de janeiro. “Apenas cem dias com máscara – não para sempre, apenas cem dias. E acho que veremos uma redução significativa no vírus”, observou o democrata.
Recorde de mortes
Nesta quinta-feira, os Estados Unidos registraram um novo recorde de mortes por covid-19. Em 24 horas, foram registrados no país 3.157 óbitos em decorrência da doença. O número de novas infecções pelo coronavírus também superou a média diária de 200 mil, e o de internações passou pela primeira vez de 100 mil. Quase 20 mil pacientes estão em unidades de terapia intensiva (UTI) em todo o país.
O presidente eleito reiterou seu apelo para que o Congresso aprove uma proposta de auxílio emergencial de 908 bilhões de dólares apresentada esta semana por um grupo bipartidário de legisladores. “Seria um bom começo, mas não é o suficiente”, disse. “As pessoas estão realmente sofrendo”, acrescentou.
Biden disse que sua equipe de transição está trabalhando num pacote próprio de auxílio econômico à pandemia de coronavírus, que deverá ser lançado como uma de suas primeiras medidas econômicas.
“Fauci fica”
O presidente eleito também disse que pediu ao principal infectologista do país, Anthony Fauci, que continue exercendo sua função de conselheiro-chefe de saúde em sua administração, “exatamente na mesma função que teve para os vários presidentes anteriores”, como diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e principal membro da força-tarefa de combate à pandemia nos Estados Unidos.
Fauci conversou nesta quinta-feira com Biden e sua equipe para preparar o combate ao vírus, disse o democrata na entrevista à CNN.
Biden ainda afirmou que tomaria publicamente uma vacina para coronavírus para demonstrar sua segurança ao público. “As pessoas perderam a fé na capacidade de a vacina funcionar”, disse o presidente eleito, que elogiou os ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton por também terem manifestado disposição em tomar a vacina na TV para tranquilizar a população.
Biden declarou também que a presença do presidente americano, Donald Trump, em sua posse seria importante para “demonstrar, no final deste caos que ele criou, que há transferência pacífica de poder, com as partes concorrentes, ali, apertando as mãos e indo adiante”.
Sem ter admitido a derrota até agora na eleição presidencial de 3 de novembro, Trump insiste em dizer que teria havido ampla fraude eleitoral, sem apresentar provas, e se nega a dizer se vai comparecer à posse de Biden, em 20 de janeiro.
// DW