Um estudo publicado recentemente apontou o ovo como um alimento benéfico na prevenção de doenças cardíacas.
As doenças cardiovasculares são, atualmente, a principal causa de morte e incapacidade em todo o mundo, especialmente pelas cardiopatias isquêmicas e acidentes vasculares cerebrais (AVC). Ao contrário do resto do mundo onde é mais frequente a doença isquêmica, na China a principal causa de morte prematura é o derrame cerebral.
Enquanto alguns apontam a necessidade de limitar o consumo de ovos, devido ao risco de salmonela e colesterol elevado, outros defendem o consumo diário por outras propriedades do alimento. É o exemplo de um estudo recente, publicado na Heart, realizado por um grupo de cientistas do Reino Unido e da China, das universidades de Pequim e Oxford.
A pesquisa refere que os ovos são uma fonte importante de colesterol, mas também contêm proteínas de alta qualidade, muitas vitaminas e componentes bioativos, como os fosfolipídeos (lipídios que contém ácido fosfórico) e os carotenoides (importantes na alimentação e antioxidantes).
O estudo informa que pesquisas anteriores que analisaram a associação entre comer ovos e a saúde foram inconsistentes.
Desta vez, os cientistas examinaram as relações entre o consumo de ovos e as doenças cardiovasculares, utilizando dados de um estudo ainda em desenvolvimento e que conta com mais de 500 mil pessoas adultas, com idades entre 30 e 79 anos, de 10 diferentes regiões da China.
Os participantes, recrutados entre 2004 e 2008, foram questionados sobre a frequência do consumo de ovos e foram acompanhados para determinar sua morbilidade e mortalidade.
A análise dos resultados revelou que, em comparação com pessoas que não consomem ovos, o consumo diário está associado a um risco menor de doenças cardiovasculares.
Os consumidores diários de um ovo baixaram em 18% o risco de uma doença cardiovascular e só em relação a um AVC a probabilidade baixou 26%. O consumo diário de ovos levou também a uma redução de 25% no risco de cardiopatia isquêmica.
Os autores notam que o estudo foi de observação, pelo que não se pode tirar uma conclusão categórica de causa e efeito. Ainda assim, salientam o tamanho da amostra. “O presente estudo revela que há uma associação entre o consumo moderado de ovos (um por dia) e uma menor taxa de eventos cardíacos”, afirmaram os autores.
Ciberia, Lusa // ZAP