Os parques de Belo Horizonte que estavam fechados devido ao surto de febre amarela em Minas Gerais serão reabertos à visitação em breve. A Secretaria Municipal de Saúde avaliou que a situação da doença está sob controle e decidiu autorizar o acesso do público a estes espaços.
Estavam fechados, como medida preventiva para proteção da população, o Parque das Mangabeiras, o Parque da Serra do Cipó e o Parque Jacques Cousteau. Apesar da reabertura, a secretaria recomenda aos frequentadores que estejam com a vacinação em dia.
Apesar da intensidade do surto em Minas Gerais, a capital não registrou nenhum caso de transmissão da doença para humanos. Por outro lado, três macacos encontrados mortos em Belo Horizonte tiveram testes positivos para o vírus da febre amarela, 11 tiveram resultado negativo e 31 ainda não foram confirmados.
O Parque das Mangabeiras, na região centro-sul, está interditado desde o dia 23 de fevereiro, somando 82 dias fechado.
Hoje (16) ele recebe a visita de alunos de uma escola. Por enquanto, apenas instituições de ensino poderão organizar passeios voltados para a educação ambiental, mediante agendamento prévio. A reabertura ao público em geral é prevista para o mês que vem.
Já o Parque da Serra do Curral, na região centro-sul, também fechado em fevereiro, está em manutenção. Segundo a Fundação de Parques Municipais, ainda não há data para liberar o acesso ao público.
O Parque Jacques Cousteau, na região oeste de Belo Horizonte, deverá ser reaberto ainda esta semana. A decisão será tomada em uma reunião que será realizada hoje (16). O parque está interditado desde o dia 13 de fevereiro.
A febre amarela atinge humanos e macacos e é causada por um vírus da família Flaviviridae. No meio rural e silvestre, o vírus é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya.
Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. No atual surto, nenhum dos casos foi considerado urbano.
A vacina é a principal medida de combate à febre amarela. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a campanha de imunização desenvolvida em Belo Horizonte possibilitou alcançar uma cobertura vacinal de quase a totalidade da população da capital.
Transmissão reduzida
O surto de febre amarela no início deste ano é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica.
De acordo com levantamento da pasta, divulgado na última sexta-feira (12), a doença já levou a morte 259 vítimas em 2017. Até então, a situação mais grave havia ocorrido em 2000, quando morreram 40 pessoas em todo país.
Ainda não há explicações científicas sobre a intensidade do surto. Um grupo de especialistas de diferentes estados do Brasil se articulou para investigar a relação entre a doença e a degradação do meio ambiente.
Por sua vez, a Fundação Oswaldo Cruz identificou oito alterações genéticas do vírus e vem pesquisando se estas mutações o teriam deixado mais agressivo.
De toda forma, desde março, o ritmo de transmissão da doença vem diminuindo. Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) divulgou o último boletim no dia 26 de abril. Até esta data, houve confirmação para febre amarela em 151 óbitos no estado e outros 24 estavam em investigação.
Ao todo, os municípios mineiros contabilizaram 1.139 notificações para a doença, sendo que 427 casos foram confirmados, 554 descartados e os 158 restantes ainda estão em análise.
O boletim do dia 26 de abril trouxe apenas nove notificações a mais do que o registrado nas duas semanas anteriores. Entre os levantamentos dos dias 19 e 12 de abril, a transmissão da febre amarela em Minas Gerais se mostrou estável. Em ambas as datas, o número de notificações se manteve em 1.130.