Uma equipe de paleontólogos argentinos descobriu ossadas pertencentes a um ancestral de jacaré que teria habitado a Patagônia há 65 milhões de anos, quando o país sul-americano tinha um clima subtropical.
De acordo com a Agência para a Ciência e Tecnologia (CyTA), que divulgou a descoberta na segunda-feira (22), os especialistas acreditam que o fóssil encontrado tem o dobro do tamanho comparativamente à espécie atual.
Os paleontólogos decidiram chamar o espécime de Peligrensis Protocaiman, uma vez que os restos fósseis foram encontrados em Punta Perigo, região localizada no Golfo San Jorge, entre as cidades argentinas de Comodoro Rivadavia e Bahía Bustamente, na província de Chubut.
Segundo a CyTA, esses jacarés pertencem a um grupo de crocodilos que habitaram os sistemas de água doce na América Central e do Sul. No entanto, salientam, a história evolutiva desses animais ainda é pouco conhecida, uma vez que os restos fósseis até agora encontrados estavam em mau estado de conservação.
A descoberta, publicada recentemente nos Proceedings of the Royal Society of London, é especialmente importante para os cientistas da região, pois permite traçar com mais detalhes o percurso da espécie pelas Américas.
“Permite uma revisão da árvore genealógica dos crocodilos e propõe, pela primeira vez, que os jacarés habitaram a América do Norte durante a época dos dinossauros e se deslocaram para a América do Sul no Cretáceo – período que se estende entre 145 e 66 milhões de anos –, onde se dispersaram e diversificaram”, explicou a pesquisadora Paula Bona, do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET).
Os pesquisadores acreditam ainda que o ancestral teria atingido, aproximadamente, o dobro do tamanho de um jacaré atual, aponta a CNN, citando a agência. “Essa nova espécie representa um dos mais antigos fósseis de jacaré já encontrados”, afirmou Paula Bona.
Ciberia // ZAP