O projeto Amana Katu é finalista do Enactus World Water Race, competição internacional que premia soluções sustentáveis para problemas da água e de saneamento básico.
A cisterna foi desenvolvida por estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) e tem como objetivo democratizar o acesso à água para comunidades carentes.
A Amazônia concentra a maior quantidade de água doce do planeta. Ao mesmo tempo, mais de 10 milhões de pessoas não têm acesso à água potável. Diante dessa contradição, os estudantes paraenses decidiram criar uma tecnologia de captação de água da chuva 52% mais barata do que as utilizadas atualmente, de acordo com o G1.
Criado em 2017, o Amana Katu é uma tecnologia que se adapta a ambientes urbanos e rurais. Ela reaproveita cisternas da indústria alimentícia que carecem de logística reversa. Depois de passar por um processo de limpeza, essas cisternas podem armazenar até 240 litros de água limpa.
A cisterna é ligada ao ralo da calha através de uma tubulação que segue até um filtro. A peça é autolimpante: retira galhos, folhas e detritos maiores, impedindo a entrada de animais e insetos. Após passar pelo filtro, a água é conduzida a um separador que lava o telhado, onde está a maior concentração de impurezas.
Livre dos detritos, a água começa a encher o reservatório, onde é clorada. O reservatório possui uma saída de água é acoplada em diferentes filtros, que irão determinar sua qualidade final.
No primeiro ano do projeto, o time Enactus UFPA treinou 24 jovens vinculados à ONG Movimento República Emaús, localizada em um bairro da periferia de Belém. Eles ensinaram aos jovens como montar a cisterna e ofereceram cursos de gestão, vendas e marketing para o grupo poder vender o equipamento e ter uma fonte de renda.
Desde então, o projeto já ajudou mais de 82 pessoas a terem acesso à água potável. Mas, eles querem mais: a cada cinco cisternas vendidas, decidiram doar uma cisterna gratuitamente para uma família de baixa renda.
O Amana Katu é um dos quatro finalistas do concurso Enactus World Water Race, ao lado de três iniciativas da Índia. A final será na cidade de San José, Califórnia, nos Estados Unidos, de 9 a 11 de outubro. O projeto vencedor ganhará um prêmio de 20 mil dólares para escalar o impacto do projeto e mentoria especializada.
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