Felizmente, o mundo está investindo cada vez mais em reciclagem e isso não se dá apenas no âmbito do lixo diário que nós produzimos, mas também com a madeira descartada muitas vezes de forma incorreta.
É o que mostra a recente premiação do iF Design Awards, que entregou o prêmio de melhor impacto social para um projeto entre a prefeitura da cidade de Santos, litoral de São Paulo, com o Club Design Litoral Paulista, chamado de Encontros Criativos.
O prêmio, tido como o “Oscar do design” escolheu o projeto pelo alto impacto social que ele tem, já que ele se destaca por reaproveitar produtos de madeira descartada de forma incorreta. Em apenas um ano de projeto, eles já reciclaram mais de uma tonelada de madeira.
Funciona assim: a matéria-prima é recolhida das ruas, pelo serviço municipal da cidade de Santos, também conhecido como Cata Treco e depois levado até a EcoFábrica Criativa, onde é selecionado, limpo e organizado por tipo de madeira.
Depois disso, o pessoal do Club Design começa a desenhar os móveis, que serão desenvolvidos pelos alunos da EcoFábrica. Os designers e arquitetos acompanham de perto todo o processo e os móveis prontos são apresentados ao público em uma exposição aberta.
E o melhor de tudo é que o material não vendido vai para outras lojas parceiras e o dinheiro ganho volta para a EcoFábrica para que eles possam continuar investindo no projeto.
Além do mais, toda a produção é feita com instrumentos simples de serem manuseados, o que permite uma maior assimilação por parte dos estudantes, que também conhecem profissionais do ramo, podendo depois começar a trabalhar nesta área.
Ou seja, além do projeto ser altamente sustentável, ele capacita jovens e estudantes a entrarem em um mercado de trabalho promissor.
O idealizador do projeto é Alvaro Guillermo, arquiteto, designer e pesquisador e afirma que o projeto tem a ver com a alma brasileira. “Este é um projeto com alma, a alma brasileira de quem junta pedaços e faz algo novo e criativo. Trabalhamos a matéria descartada, desconsiderada e incorreta; e, com ela, criamos algo de valor”, diz Guillermo.
A definição do júri que premiou o projeto não poderia ser melhor: “Tem sustentabilidade no seu DNA. Madeira desperdiçada é transformada por cidadãos desprivilegiados em produtos que podem ser vendidos. Criativo e bem pensado!”.
// EcoD
As madeiras que são jogadas fora na grande maioria são madeiras nobres, duráveis. Por causa da aparência externa delas as pessoas acham que elas não tem valor. É só plainá-las que elas retornam à beleza original.