O brasileiro Luiz Gabriel Tiago é um dos indicados ao Prêmio Nobel da Paz 2018. Motivo de orgulho para cada um de nós, num tempo em que a autoestima do povo brasileiro está lá embaixo, em função da crise política e econômica que o país atravessa.
Luiz foi indicado pelo trabalho incrível que faz a frente do projeto Pontinho de Luz, uma empresa social que está transformando vidas no Brasil e em países da América do Sul e da Europa.
Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, ele é autor de vários livros sobre relações humanas. O mais conhecido é o best-seller Gentileza no Trabalho (Editora Ideias e Letras, 2012), onde aborda a importância de cultivarmos relações saudáveis para o sucesso na vida profissional e pessoal.
O Sr. Gentileza, como é conhecido, começou a trabalhar aos 16 anos, no Centro do Rio de Janeiro, como vendedor ambulante, já que vem de uma família humilde. Com doses extras de dedicação e honestidade em tudo o que faz, criou oportunidades para estudar, se capacitar e tornar o mundo um lugar melhor, onde as pessoas são mais gentis e solidárias umas com as outras.
Os números sobre essa dedicação não mentem. Desde sua criação, o Pontinho de Luz entregou mais de 500 toneladas em alimento, água potável, roupas, fralda infantil e geriátrica, brinquedos, remédio e, claro, amor, em regiões de alta vulnerabilidade social e abandono do poder público Brasil afora. “Dezenas de famílias saíram da miséria, por causa das ações solidários do Pontinho de Luz”, afirma Luiz.
O negócio nasceu em 2010 e oferece, basicamente, treinamentos vivenciais, como o treinamento em gentileza. O que é ser gentil e a importância da gentileza, em casa, no trabalho, para a sociedade de forma geral, são questões que fazem parte dos treinamentos oferecidos pelo Pontinho de Luz.
“Os treinamentos foram desenvolvidos, idealizados, para que os participantes possam sentir o que o outro sente. Possam sentir a alegria do outro, a dor do outro, se colocar no lugar do outro. São treinamentos de conexão, que despertam o seu potencial de transformação da sociedade”, disse Luiz, em entrevista ao RPA.
O treinamento é a porta de entrada para essa grande rede de solidariedade, que hoje conta com mais de 35 mil pessoas apenas no Brasil. As pessoas se conectam e, a partir dessa conexão, realizam o bem. “Logo após o treinamento, é como se eles cruzassem um portal, que dá acesso a essa grande família, Pontinho de Luz”, conta.
Os pontinhos de luz estão espalhados por Brasil, Paraguai, Uruguai, Austrália, Canadá, Espanha, Irlanda e Argentina. Por aqui, os maiores grupos estão no Rio de Janeiro e São Paulo, onde acontecem mais turmas de adesão.
Com o tempo, diversas empresas, de diferentes segmentos, quiseram se tornar pontinhos de luz. Os funcionários participam dos treinamentos e formam grupos para realizar atividades em asilos, orfanatos, hospitais, fornecer cestas básicas, obras em casas de pessoas carentes, entre outras ações. Tudo feito com afeto, empatia e carinho.
Tanta coisa bacana uma hora receberia o reconhecimento merecido. E não é qualquer reconhecimento, apenas o Prêmio Nobel da Paz. Mas esse reconhecimento nunca esteve no horizonte do Sr. Gentileza.
“Um dos nossos pilares é a gratidão. A gratidão é ser grato a Deus, ao mundo, às pessoas, às oportunidades. O Pontinho de Luz é sempre grato àquela pessoa que precisa de ajuda, porque é ela que nos permite fazer o bem. É ela que nos faz subir degraus numa evolução. Isso é gratidão pra gente e um dos nossos pilares”, reflete Luiz.
A indicação ao prêmio foi recebida como uma surpresa, pois ele nunca imaginou que isso pudesse acontecer.
“Eu sei que a responsabilidade vai ser muito maior. As pessoas ao meu redor estão vibrando, comemorando, e eu não. É como se a ficha não tivesse caído ainda. A indicação ao Nobel da Paz é o reflexo de tudo isso que a gente faz, de forma despretensiosa. É a nossa entrega”, declarou.
“É bom ser lembrado e reconhecido pela humanidade, mas ainda não sei o que é isso. Se você se depara com Irmã Dulce, Chico Xavier, Madre Tereza, Malala, Barack Obama, personalidades mundiais que foram indicadas ao Nobel da Paz. Mesmo porque eu só sei dar o peixe, eu não sei dar a vara para pescar, eu não sei ensinar ninguém a pescar”, pondera.
“Espero que outros deem a vara. Enquanto estiver respirando vou dar o peixe“, conclui.
Ciberia // Razões para Acreditar
Concordo com o Luiz , o trabalho dele é lindo mas dai a aceitar merecedor do mundial da paz… se fosse comigo tm reagiria como ele. Dar o peixe é só uma etapa de um enorme projeto de nação livre e desenvolvida. Além de faltar a vara ainda tem os truques de como chegar ao lago dos peixes. Sem diminuir o seu mérito, Luiz , quem sou eu para isto? Aqui deixo minha gratidão por seus esforços é um conselho para humanidade : sigam o Luiz ! Precisamos de muitos Luizes.