Vento e água devem ser os responsáveis por milhares de mortes em um cenário apocalíptico envolvendo a colisão de um asteroide com a Terra.
É o que pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, concluíram em um estudo liderado por Clemens Rumpf. De acordo com ele, vento, pressão e calor causados pelo impacto são os efeitos mais perigosos, não importando onde a queda ocorra.
Para os resultados sobre o risco de mortalidade, os pesquisadores levaram em conta a queda de um asteroide sobre uma área residencial. Além disso, foram consideradas rochas que se destruiriam com a fricção com o ar do planeta, as que tocassem o solo e também os impactos na água.
Com a entrada do asteroide na atmosfera da Terra, uma enorme quantidade de energia seria dissipada pelo ar, criando uma onda de choque em forma de tornado, com uma cauda de chamas. Com a aproximação do solo, o impacto abriria uma cratera e jogaria destroços e rochas no ar.
No entanto, como 71% da superfície do planeta é coberta de água, um impacto nos oceanos é muito mais provável – o que não significa que as pessoas em terra seca estejam a salvo.
A queda em um ambiente aquático criaria uma tsunami, com dezenas de metros de altura. E quanto mais longe da costa, mais profundo é o oceano e maiores seriam as ondas.
Tragédia pode vir dos oceanos
Uma tsunami criada por um impacto de um asteróide de 200 metros de comprimento a 130 quilômetros do Rio de Janeiro causaria a morte de 50 mil pessoas. Sendo que 75% seriam causadas diretamente pela tsunami e o restante por ventos velozes a atingir a costa.
Ainda segundo Rumpf, ondas gigantes são o efeito de um impacto que mais afetaria a população mundial. “O diferencial das tsunamis é que elas são os efeitos mais abrangentes de um impacto na água”, diz o cientista.
Em caso de o asteroide não tocar o solo ou a água, mas explodir em pleno ar, 15% das casualidades seriam provocadas pelo calor. Entretanto, apenas 3% das mortes seriam resultado do impacto em si ou dos terremotos e destroços que seguiriam o acontecimento.
Rumpf e equipe planejam discutir os resultados da pesquisa com gerentes de situações de desastre, a fim de criar sugestões para o preparo em caso de uma eventual colisão.
Evento raro
Um impacto de um asteróide com 200 metros de comprimento é esperado para que aconteça a cada 40 mil anos. Além disso, uma rocha espacial poderia cair em qualquer lugar, sendo que a maior parte do planeta não é povoada.
Rumpf afirma que eventos do tipo são raros, mas com consequências catastróficas. “As chances são de que um asteroide atinja a água, e mesmo que aconteça na terra, é provável que caia longe de regiões povoadas“, diz o cientista.
Ciberia // New Scientist