O ministro da Justiça, Sergio Moro, defendeu nesta quinta-feira o presidente Jair Bolsonaro (PSL), cujo nome nas últimas semanas esteve vinculado ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista, no Rio de Janeiro.
Marielle Franco
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22 novembro, 2019 Caso Marielle: Moro defende Bolsonaro e fala em ‘fraude’ para envolver nome do presidente
“Há ‘um possível envolvimento fraudulento do nome do presidente”, declarou Moro à rádio CBN. Para o ministro, o fato do porteiro do condomínio de Bolsonaro – e também de um dos suspeitos pela morte da vereadora em março de 2017 – ter mudado o seu depoimento, ao falar com a Polícia Federal, comprovaria isso.
Na visão de Moro, o momento seria para federalizar o caso Marielle – algo que a família dela se mostrou contrária, temendo que não passe de uma “operação abafa”.
“Vendo esse novo episódio, em que se busca politizar a investigação indevidamente, a minha avaliação é que o melhor caminho para que possamos ter uma investigação exitosa é a federalização”, pontuou o ministro da Justiça.
Ele relembrou que, durante as apurações conduzidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, uma suposta testemunha acabou desviando o curso das investigações, o que teria, na sua opinião, indicado que há uma séria dificuldade de se chegar aos mandantes do crime contra a vereadora.
“Não é um demérito das autoridades estaduais, mas é uma avaliação objetiva de que o melhor para esse caso seja a federalização”, acrescentou.
Na mesma entrevista, Moro ainda negou que tenha recebido um convite de Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça enquanto julgava casos relacionados ao PT na Operação Lava Jato – fato sugerido pelo ex-ministro Gustavo Bebianno no fim de semana –, admitindo apenas que o ministro da Economia, Paulo Guedes, apenas o sondou para saber como reagiria se fosse convidado.
O ministro ainda reforçou que o Congresso pode alterar o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca das prisões após condenações em segunda instância, que espera que o pacote anticrime avance ao menos em uma das duas Casas até o fim de 2019, e preferiu colocar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o criticou seguidamente desde que saiu da prisão, no passado.
“É muito fácil dizer que é perseguição política, difícil é explicar os fatos”, completou.
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