As pomadas brasileiras de Viçosa, feitas à base de extrato de urucum, com alto poder cicatrizante, estão ganhando o mundo. Criadas pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, agora elas são vendidas na Austrália e Nova Zelândia.
“Um grupo australiano nos procurou e mostrou interesse em nossos produtos, por isso abrimos nosso processo de internacionalização”, explica Aluísio dos Reis, sócio-fundador da Profitus e descobridor.
Ele diz que o poder cicatrizante do extrato de urucum foi descoberto por um “acidente” científico. “Usava o extrato na fortificação de madeira para lápis, e percebi que as feridas na minha mão cicatrizavam mais rápido depois do contato com a solução”, conta Reis.
Os estudos começaram em 1999, na UFV, mas a Profitus entrou no mercado com quatro produtos apenas no ano passado. “Nós temos o New Derm, para o tratamento de feridas causadas pelo atrito em pacientes acamados ou cadeirantes, que também é indicado para psoríase e dermatites, inclusive em crianças”, conta Péricles Fernandes, pesquisador da Profitus.
“Outro é o Dermaliv, indicado para queimaduras. Ele tem um grande poder analgésico e impede a formação de novas bolhas na queimadura. Temos também o Golden Age, desenvolvido para peles finas, indicado para pessoas da terceira idade. E, por fim, temos o Millitus Derm, para lesões de difícil cicatrização, incluindo as de diabéticos”, acrescenta Fernandes.
“Mas a ideia é expandir. Já temos outros produtos em fases de teste, como xampu anticaspa e cremes antiacne”, completa.
Os produtos podem ser encontrados em Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Santa Catarina, Goiás e Ceará. E têm feito sucesso porque o urucum possui propriedades antimicrobianas, analgésicas, cicatrizantes, anti-inflamatórias e anestésicas.
“Alguns pacientes conseguiram, em dois meses, tratar lesões gravíssimas que não tinham resposta a outros tratamentos. Dermatites foram curadas em apenas algumas semanas”, comemorou o pesquisador.
Ciberia // Só Notícia Boa