O governo português apresentou na semana passada um conjunto de iniciativas para reduzir o impacto da poluição que os plásticos criam no país. Trocar plástico por cupons de desconto no supermercado é um dos incentivos propostos.
Na quinta-feira (7), o governo apresentou um pacote de medidas para aumentar a reciclagem dos plásticos. Entre elas está a possibilidade de trocar plástico usado nos supermercados por vouchers para uso no estabelecimento comercial.
A cada segundo, são fabricadas, em média, 9,5 quilos de resinas sintéticas moldáveis no mundo. Por esse motivo, escreve o Diário de Notícias, o plástico é um poluente que chama cada vez mais a atenção global.
“Até 2021, Portugal terá um sistema de incentivos para quem reciclar esses materiais”, diz ao jornal o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, referindo-se ao relatório do grupo de trabalho sobre plásticos, que a Agência Portuguesa do Ambiente tornou público na Fundação Calouste Gulbenkian.
“Uma das principais medidas é a instalação de unidades de recolha em pontos de grande venda de plásticos, como os supermercados. O peso que o consumidor entregar será depois convertido em vouchers de compras nesses mesmos estabelecimentos”, explica o responsável.
A entrega de plástico em troca de vouchers de compras pode entrar em vigor já no próximo ano nos grandes supermercados, depois nas estações de serviço e nas áreas com restaurantes, avança o Jornal de Negócios.
Caso a medida não surta o efeito desejado, poderão ser implementadas taxas de retorno para as garrafas de plástico de águas e refrigerantes para que os consumidores sejam incentivados a devolver as garrafas, como o que acontece com as garrafas de vidro com tara (taxa de retorno).
Esta última iniciativa é defendida pelo PAN e pelo Bloco de Esquerda português, mas o governo não quer implementá-la por enquanto, escreve o Jornal de Notícias.
Campanhas de educação ambiental e acordo com os produtores, distribuidores e restaurantes são algumas das medidas previstas pelo governo. A ideia é reduzir o consumo de garrafas de plástico (voltando a dar uso às garrafas de vidro nos restaurantes, por exemplo) e aumentar a recolha dos plásticos utilizados.
A recolha porta a porta feita pelos municípios deverá também ser alargada, não só para os plásticos, mas também para os biorresíduos, como alimentares e de jardins. Ainda assim, a medida não será aplicada da mesma forma em todo o país.
No caso das águas e dos refrigerantes, Carlos Martins propõe também que as garrafas, tampas e rótulos sejam feitos do mesmo material, de modo a simplificar o tratamento de resíduos.
Ciberia, Lusa // ZAP