Um estudo norte-americano divulga que várias espécies de peixes estão “introduzindo” o plástico na sua cadeia alimentar, por confundirem o material com comida. Todos os anos mais de oito milhões de toneladas de resíduos de plástico são encontrados nos oceanos.
O cheiro do plástico quando colonizado por bactérias e algas no mar leva muitas espécies de peixes engolem restos de plástico, lembram os pesquisadores da Universidade da Califórnia e do Aquarium da baía de São Francisco, num estudo publicado em uma revista científica britânica.
A ingestão de plásticos pode ser fatal e leva a um acúmulo de substâncias tóxicas ao longo da cadeia alimentar, quando os predadores se alimentam de presas que ingeriram plásticos.
Os cientistas estudaram as reações de um cardume de anchovas na Califórnia (‘engraulis mordax’) – que se alimentam normalmente de zooplâncton – face a uma mistura contendo partes específicas de plásticos e outra contendo restos de plásticos cobertos de algas.
“Os cardumes de anchovas reagiram ao cheiro de plástico se aproximando mais”, constataram os pesquisadores. Os resultados “são semelhantes” aos obtidos quando estes peixes estão na presença de alimento ou são confrontados com o cheiro de alimento, explicam.
Em compensação, as anchovas não reagiram bem aos restos limpos dos plásticos, o que constitui, de acordo com os cientistas, “a primeira prova experimental de que as anchovas adultas usam o olfato para encontrar comida” e de que a “assinatura química” adquirida pelos plásticos quando cobertos com seres próprios do mar pode levar os cardumes a considerá-los comida.
Os resultados reforçam a ideia de que animais marinhos podem engolir plástico devido a um “mecanismo químico sensorial” que os induz ao erro.
Todos os anos, mais de oito milhões de toneladas de resíduos de plástico são encontrados nos oceanos. O plástico em si mata, todos os anos, cerca de um milhão de aves marinhas, centenas de milhares de mamíferos marinhos e incontáveis peixes.
Segundo a ONU, “se nada for feito e se continuarmos neste ritmo, em 2050 haverá mais restos de plásticos nos oceanos do que peixes”.
Ciberia // ZAP