O escudo de gelo no oeste da Antártida trincou de dentro para fora. Tal acontecimento poderia explicar a separação de grandes icebergs dele e sua rápida destruição, diz-se num artigo publicado na revista Geophysical Research Letters.
“Atualmente, não há dúvidas de que o escudo de gelo do oeste da Antártida descongelará, mas, todavia, não está claro quando isso vai acontecer”, diz Ian Howat, pesquisador da Universidade do estado de Ohio.
“O aparecimento de tais rachaduras e fraturas, obriga geleira a recuar a uma velocidade recorde, aumentando, assim, as chances da geração atual presenciar o colapso total deste escudo de gelo”, acrescenta Howat.
Howat e seus colegas chegaram a essas conclusões após analisarem fotos de satélite obtidas durante uma das recentes catástrofes na Antártida, relacionada à separação de um iceberg gigantesco – de 582 quilômetros quadrados – do escudo de gelo no fim de julho de 2015.
Segundo o artigo, publicado na revista Geophysical Research Letters, através das fotos os cientistas começaram a suspeitar que a formação deste iceberg estaria ligada a processos que se desenvolveram no sopé do iceberg.
Para confirmar a teoria, além de observarem as fotos tiradas há 2 a 3 anos da catástrofe, os climatologistas realizaram algumas expedições à região da Antártida ocidental, onde teria originado o problema.
Com ajuda de fotos tiradas por satélites durante o pôr de sol e o amanhecer, quando o Sol fica praticamente na linha do horizonte, formando um grande ângulo em relação à superfície da Antártida, os cientistas conseguiram detectar duas rachaduras gigantescas e profundas no Escudo de gelo ocidental.
As rachaduras surgiram há 2 e 3 anos em uma zona da geleira onde se encontram água, terreno e gelo, perto da base do escudo. Ambas as rachaduras cresceram significativamente e de forma rápida, para ser mais exato, têm atualmente 14 quilômetros e aumentaram sua largura para 110 metros.
A razão do surgimento desta rachadura, segundo cientistas, está relacionada ao aumento da temperatura do mar que a cerca. Este processo, na opinião de Howat, levou à criação da cavidade, que, consequentemente, afundou a geleira, gerando uma grande rachadura.
Processos semelhantes acontecem na Groenlândia. O que preocupa os cientistas mais do que tudo é o possível surgimento de tais cavidades em outras regiões da Antártida.
Se o gelo ali enfraquecer, levando o surgimento de rachaduras, a velocidade de destruição da geleira da Antártida e o seu deslocamento para o oceano será acelerada.
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