A ligação de Felix Kjellberg com a Disney acontecia através da Maker Studios, uma rede de canais que o ajudava na administração do desenvolvimento de aplicações e merchandising.
A Disney revelou que cortou o contrato com o maior youtuber do mundo, PewDiePie, após ele postar uma série de vídeos em que fazia piadas relacionadas ao nazismo. O caso surgiu esta segunda-feira (13), sendo que o Wall Street Journal fez um levantamento sobre o conteúdo “Pewdie”.
O youtuber de 27 anos, cujo nome verdadeiro é Feliz Kjellberg, era, desde 2012, um dos contratados da Maker Studios, empresa comprada pela Disney que promove, produz e distribui vídeos de youtubers famosos que atraem bilhões de visualizações por mês.
Kjellberg foi recentemente responsável pela publicação de nove vídeos com conteúdo antissemita. Questionada sobre a parceria com o youtuber, a Disney revelou que o contrato estava encerrado.
A ligação entre Kjellberg e a Disney acontecia através da Maker Studios, uma rede de canais que o ajudava na administração do desenvolvimento de aplicações e merchandising.
O contrato garantia total liberdade criativa ao youtuber. No entanto, um porta-voz da Disney disse que ele “claramente foi longe demais”.
PewDiePie até reconheceu que passou dos limites em alguns desses vídeos e tocou no assunto em um post que foi publicado recentemente. Sem admitir a culpa, ele diz apenas que “de forma alguma” apoia “esse tipo de atitude odiosa”. “Penso no conteúdo que crio como entretenimento, e não um lugar para comentários políticos sérios”, disse.
Para se ter noção dos vídeos, em um deles homens pagos por Kjellberg aparecem segurando uma placa em que se lê: “Morte a todos os judeus”. Já em outro, um homem com a fantasia de Jesus diz que “Hitler não fez nada de errado”.
Conforme o Wall Street Journal, o Google havia proibido Kjellberg de fazer publicidade em ao menos um dos vídeos, e mais tarde o próprio youtuber removeu três das nove publicações.
Esta não é a primeira vez que PewDiePie se envolve em polêmicas pelo conteúdo exibido em seus vídeos. Em agosto do ano passado, ele foi suspenso do Twitter por fazer uma piada no site sobre se juntar ao grupo terrorista ISIS com um colega youtuber.
Vale lembrar que o canal PewDiePie costumava focar mais em games, porém, com o tempo acabou se voltando ao entretenimento geral e atualmente Kjellberg também é dono de outros negócios, como livros, jogos autorais e ainda uma série no YouTube Red.
Apesar da perda de contrato com a Disney, PewDiePie provavelmente não terá que se preocupar. Ele já obtém mais de US$ 14 milhões por ano em receitas com publicidade, patrocínios e aparições públicas e tem o maior número de seguidores no YouTube: 53 milhões. Somente no ano passado, o youtuber arrecadou mais de US$ 15 milhões.
YouTube rompe com PewDiePie
Por sua vez, esta quarta-feira o YouTube disse que cancelou a segunda temporada de um show com Kjellberg e que eliminou seu canal do programa através do qual oferece espaço a anunciantes, um serviço de publicidade com o selo de recomendação do gigante dos vídeos, isto é, sem piadas de mau gosto, pornografia e discursos de ódio.
Depois da publicação dos vídeos, PewDiePie deixa de se encaixar em esta definição.
O jovem sueco se defendeu das críticas em mensagem, na qual quis esclarecer que não apoia “nenhum tipo de atitude de ódio” e insistiu que os conteúdos de seu canal não podem ser avaliados como comentários políticos sérios.
“Embora não fosse minha intenção, entendo que estas brincadeiras foram, no final, ofensivas”, se desculpou. Segundo explicou Kjellberg, com essa esquete ele queria mostrar que há gente disposta a dizer qualquer coisa por dinheiro. E tem toda razão.
Mas apesar da previsível quebra em suas receitas com o bloqueio de publicidade do YouTube, PewDiePie não deve ter que se preocupar muito com isso. Além dos milhões que já ganhou nos últimos anos, ele tem negócios paralelos envolvendo vídeos e jogos.
Ciberia // Oficina da Net / CanalTech / EFE