Uma notícia está repercutindo fortemente nesta quarta-feira (8), dando conta de que alguns canais do YouTube estariam trapaceando para conseguir mais visualizações e, consequentemente, ganhar dinheiro de maneira ilícita na plataforma de vídeos do Google.

Tudo faria parte de um esquema milionário recém-descoberto por um usuário, que utiliza o nickname Anonymous. Segundo ele, alguns canais brasileiros estão dentro de um esquema que utiliza vídeos populares de sites piratas para gerarem views ocultos ao executar um iframe no background.

Ao que indica o Sr. Anonymous, o esquema funcionaria mais ou menos como um bot.

Usando, por exemplo, desenhos japoneses como isca (ou qualquer outro conteúdo popular em buscas) e se aproveitando de uma falha no código do YouTube, a trapaça inclui um vídeo de um canal escondido sob um anime buscado por usuários do mundo inteiro em sites piratas.

Graças a uma “gambiarra” no código, assim que o usuário dá o play no desenho animado, o vídeo de canais como os citados “Café & Cinema” e “uJoãozinho do Vine” roda em segundo plano, sem áudio e completamente oculto.

Assim, o usuário não consegue descobrir que está dando play em dois vídeos ao mesmo tempo (anime + vídeo trapaceiro do YouTube), mas a largura de banda dele é consumida normalmente, já que, de fato, dois vídeos estão sendo reproduzidos ao mesmo tempo.

Um usuário do YouTube, aparentemente associado a ideia Anonymous, revelou a fraude para a comunidade em um vídeo publicado esta quarta no YouTube.

Graças ao tempo gasto pelo usuário que assiste a um episódio de desenho animado, o canal trapaceiro consegue monetizar por retenção (watchtime), ou seja: enquanto você assiste a seu anime, sem saber está também ajudando o tal canal a ganhar dinheiro, como se você estivesse assistindo a um vídeo dele.

Essa é a métrica mais relevante para o YouTube hoje em dia, e a que mais rende em monetização.

A tal retenção eleva a posição do canal no ranking e os canais citados estão aparecendo na de sugestões do YouTube, com vídeos de meio milhão de acessos que praticamente ninguém assistiu.

Além de ser desleal com quem realmente trabalha duro para criar conteúdo e monetizar em cima de views e watchtime, o esquema também traz uma enorme cadeia de desvantagens para a plataforma de vídeos e tudo aquilo que mantém sua roda girando:

  • a questão de publicidade, investimentos em anúncios e patrocínios que estão pagando para não aparecer;
  • a credibilidade do próprio YouTube quanto à rentabilidade;
  • o engajamento e interação com usuários, que resultam no salário de vários vloggers que trabalham exclusivamente no YouTube.

Até o momento, as informações ainda não foram confirmadas. O YouTube também não se manifestou sobre o assunto.

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