A sonda Schiaparelli caiu em Marte no dia 19 de outubro. Agora, o inquérito sobre a queda da sonda está concluído e revela que “as informações contraditórias no computador de bordo causaram o fim prematuro da descida”.
A parte inicial da missão foi um sucesso: o módulo se separou da sonda científica Trace Gas Orbiter (TGO) e, quando entrou na atmosfera de Marte, o paraquedas abriu a uma altitude de 12 quilômetros e a uma velocidade de 1730 km/h.
No entanto, um erro desencadeou a libertação prematura do paraquedas e da concha traseira, um breve disparo dos propulsores de travagem e, finalmente, a ativação dos sistemas terrestres como se o Schiaparelli já tivesse pousado – quando, na realidade, o veículo ainda estava a uma altitude de aproximadamente 3,7 quilômetros.
Desta forma, a sonda Schiaparelli acabou caindo no planeta vermelho a cerca de 540 km/h em vez de travar suavemente para o pouso.
A investigação, conduzida por peritos e divulgada ontem (24), confirma a primeira hipótese divulgada pela agência em novembro. O relatório final afirma que a queda da Schiaparelli se deveu a um erro transmitido pelo software de navegação que fez com que surgissem estimativas de altitude erradas.
Isto significa que a fase terminal da descida foi ativada muito cedo e a Schiaparelli entrou em queda livre, sendo destruída ao atingir o solo marciano após 33 segundos.
O diretor geral da ESA, Jan Wörner, salienta que o módulo “esteve muito perto de pousar com sucesso em Marte”, e que esta falha não põe em causa o sucesso da missão. “A cápsula entrou na atmosfera de Marte e todo o hardware e sensores produziram uma quantidade enorme de dados, e esse era o objetivo mais importante do teste”, destacou.
A sonda-mãe Trace Gas Orbiter (TGO) continua a orbitar Marte, onde tentará encontrar indícios de metano e outros gases que podem indicar a presença de vida, além de também funcionar como uma estação de retransmissão de dados para outra sonda que será enviada dentro de três anos.
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