A sonda Curiosity está passando por uns mau bocados na superfície de Marte. O módulo explorador da Nasa teve um problema envolvendo sua broca de perfuração, que acabou ficando emperrada, e praticamente inutilizou as atividades do robô sobre o solo do planeta vermelho, mais precisamente no monte Sharp.
O problema foi descoberto no início do mês por cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, que perceberam que a sonda não conseguiu executar comandos de perfuração, que já estavam programados. Desde que a Curiosity desembarcou em Marte, este seria o décimo sexto trabalho do tipo.
A sonda depende de um sistema de perfuração que envolve um tipo de martelo e uma broca giratória, mas, infelizmente, houve um pequeno problema elétrico que causou um mal funcionamento nas marteladas. Até que os engenheiros responsáveis conseguissem diagnosticar a origem do defeito, a sonda teve de esperar um pouco.
Aliás, há mais ou menos um ano, outro problema afetou a sonda: uma falha no motor que abre a câmara de processamento de amostras.
No entanto, segundo Ashwin Vasavada, cientista de projeto da Curiosity, “o problema era intermitente mas recentemente desapareceu”. O novo problema parece estar relacionado com o mecanismo de movimentação vertical da broca, o que leva a crer que um freio do sistema não desengatou e fez com que ela ficasse emperrada.
“Conseguimos determinar que o freio era o problema mais provável”, disse Vasavada. “E conseguimos ter um sucesso parcial em mover o mecanismo de alimentação da broca e desemperrá-la”.
Mas, por enquanto, nada é definitivo. O problema voltou a aparecer e ainda falta descobrir o que é que tem causado essa intermitência no mecanismo de exploração da Curiosity.
No momento, a sonda tem como objetivo escalar o monte Sharp, o pico central da cratera Gale, que pode ter abrigado um lago de água salgada há bilhões de anos. É para determinar isso que a sonda faz perfurações de tempos em tempos no solo para avaliar a composição mineral e orgânica no local.
Hoje, a sonda está parada na formação de Murray, uma região íngreme e irregular, mas que tem trazido várias informações importantes quanto à sua origem e de outros terrenos marcianos.
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