O britânico Kazuo Ishiguro ganhou nesta quinta-feira (5) o prêmio Nobel de Literatura deste ano por seus “romances de grande força emocional”, que revelaram “o abismo além do nosso ilusório sentimento de conexão com o mundo”, anunciou a Academia Sueca.
Ishiguro é autor de oito livros, entre os quais se destaca “Os Vestígios do Dia” (1989), que virou um filme protagonizado pelo ator Anthony Hopkins em 1993.
Os temas mais recorrentes na sua obra, explicou a Academia Sueca, são a memória, o tempo e o autoengano.
O escritor também adentrou na ficção científica com sua obra distópica “Não me Abandone Jamais” (2005) e no seu último trabalho, “O Gigante Enterrado” (2015), explorou “como a memória se relaciona com o esquecimento, a história com o presente e a fantasia com a realidade”, conforme explicado na decisão da Academia.
Ishiguro nasceu em 1954 em Nagasaki e viveu no Japão até os cinco anos, já que em 1960 sua família se mudou para o Reino Unido, onde seu pai trabalhou como oceanógrafo.
O escritor estudou Filologia Inglesa e Filosofia na Universidade de Kent e participou de um curso de escrita criativa na Universidade de East Anglia, momento em que começou a publicar contos.
Seu primeiro romance, “A Pale View of Hills” foi publicado em 1982 e com ele ganhou o prêmio Winifred Holtby Memorial, mas foi em 1988 com “Os Vestígios do Dia” que se consagrou após ganhar o Booker Prize.
Ishiguro sucede no Nobel de Literatura ao poeta e cantor americano Bob Dylan, o primeiro cantor que obtinha este prêmio, uma escolha inesperada e polêmica que recuperou a literatura americana duas décadas depois do romancista Toni Morrison levar o Nobel em 1993.
O prêmio do Nobel de Literatura é de 9 milhões de coroas suecas (US$ 1,1 milhão) depois deste ano a fundação ter aumentado o valor dele pela primeira vez em cinco anos.
Ciberia // EFE