Estava previsto para esta quinta-feira (7) o anúncio do Prêmio Nobel da Literatura, na mesma semana que os restantes galardões deste ano. Contudo, a entrega foi adiada devido ao que muitos acreditam ser uma falta de consenso do júri.
Após serem conhecidos os Prêmios Nobel da Medicina, Física e Química, essa quinta-feira teria sido altura de se conhecer o Prêmio Nobel da Literatura deste ano – mas o anúncio foi adiado, possivelmente para dia 13 de outubro.
Os rumores que circulam, aliados ao fato de que já há muitos anos não haver um adiamento como este, levam a comunidade literária a acreditar que existe mais por trás deste acontecimento do que uma mera questão de agenda.
Duas possibilidades avançadas à rádio portugesa TSF apontam para uma falta de consenso do júri, seja porque o autor a premiar este ano é “especialmente controverso”, ou para que se encontre consenso em relação à origem ou sexo do vencedor – um cuidado a ter para contrariar a preferência histórica por autores do sexo masculino provenientes de países ocidentais.
Citada pelo jornal Diário de Notícias, a secretária-permanente Sara Danius garante que o atraso não tem a ver com um impasse do júri, mas apenas com o fato de as reuniões da Academia para a decisão do vencedor terem começado “excepcionalmente tarde” este ano.
“O atraso não tem a ver com uma divergência interna. (…) O comitê apresentou as decisões, os membros tomaram posição e segue-se a votação na quarta reunião, onde a decisão é tomada. Essa é a regra, que não deverá ser alterada. A decisão final surge às 10h de segunda-feira da semana em que se realiza o anúncio”, afirmou.
Contudo, a última reunião não chegou a se realizar e não existem garantias de que os membros do júri tenham disponibilidade de agenda para se reunirem na próxima segunda-feira, como é agora esperado.
Muitos apontam Danius como a origem do impasse, já que o júri pode não estar de acordo suas orientações sobre o perfil do galardoado, como ocorreu o ano passado com a premiada Svetlana Alexievich, escritora de não-ficção, que muitos consideram como não sendo literatura.
Danius defendeu a escolha considerando a obra “um monumento ao valor e ao sofrimento do nosso tempo”, em comunicado oficial da Academia.
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