Wesley Batista afirma que processo de colaboração com o MPF é “imprevisível e inseguro”, mas não se arrepende

(dv) Paulo Fridman / Bloomberg

Wesley Batista

Em depoimento na manhã desta quarta-feira (8) à Comissão Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, o empresário Wesley Batista, um dos proprietários da empresa, disse que não se arrepende de ter decidido colaborar com a Justiça brasileira. O empresário afirmou que o processo de colaboração com o Ministério Público Federal é “imprevisível e inseguro”.

“O que vejo neste momento são colaboradores sendo punidos e perseguidos pelas verdades que disseram. As delações dos últimos anos fizeram o país olhar no espelho”, ressaltou, avaliando que os brasileiros não gostaram do que viram e, por isso, os delatores estão sendo punidos, presos, e os delatados estão soltos.

Wesley reafirmou que acredita na Justiça brasileira e destacou que jamais descumpriu o acordo de delação celebrado com o Ministério Público.

Após essa introdução, Wesley Batista invocou a prerrogativa constitucional de permanecer calado – a exemplo do que fez o ex-diretor da J&F, Ricardo Saud – e segue sem responder às perguntas dos parlamentares.

A CPMI da JBS ocorre em conjunto com a CPI do Senado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Essa última investiga irregularidades nos empréstimos concedidos pelo BNDES no âmbito do programa de globalização das companhias nacionais, em especial a linha de financiamento específica à internacionalização de empresas, a partir do ano de 1997.

Adiamento

Wesley chegou ao Senado por volta de 8h30 acompanhado de policiais federais e advogados e ficou em uma sala reservada até ser chamado para depor.

Os advogados do executivo chegaram a pedir à CPI o adiamento do depoimento dele na comissão, mas tiveram o pedido negado nesta terça-feira (7) pelo presidente do colegiado, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). A defesa de Wesley argumentou que ele deveria ter sido notificado do depoimento com antecedência, mesmo estando preso.

O empresário está sob custódia da Polícia Federal desde 13 de setembro, acusado de ter usado informações privilegiadas sobre a delação feita por ele, seu irmão Joesley e outros executivos do grupo para ganhar dinheiro no mercado financeiro.

A CPMI da JBS foi criada para investigar irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F (holding que controla a JBS) em operações realizadas com o BNDES e sua subsidiária, BNDES Participações (BNDESPar), ocorridas entre 2007 e 2016.

Os parlamentares também querem investigar os procedimentos do acordo de colaboração premiada entre o Ministério Público Federal e os acionistas das companhias.

Ciberia // Agência Brasil

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