Ao chegar a Osaka, no Japão, para participar do G20, o presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (27) declaração da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, de que é “dramática” a situação do Brasil em questões ambientais e de direitos humanos sob o atual governo.
Ao ser questionado por jornalistas sobre o que achou da fala de Merkel, Bolsonaro disse que a Alemanha tem “muito a aprender” com o Brasil sobre meio-ambiente.
O presidente ainda disse que o Brasil precisa ser respeitado e que o governo brasileiro não está no G20 para “ser advertido”. “Nós temos exemplo a dar à Alemanha sobre meio-ambiente. A indústria deles continua sendo fóssil, vem parte do carvão. E a nossa não. Eles têm muito a aprender conosco”, disse.
A fala de Merkel sobre o Brasil ocorreu durante sessão do Parlamento, em Berlim. Ela havia sido questionada pela deputada do Partido Verde Anja Hajduk sobre se o governo alemão deveria continuar investindo nas negociações por um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul num momento em que ambientalistas e defensores dos direitos humanos denunciam a deterioração de direitos relacionados a essas questões no Brasil.
“Eu, assim como você, vejo com grande preocupação a questão da atuação do novo presidente brasileiro. E a oportunidade será utilizada, durante a cúpula do G20, para falar diretamente sobre o tema, porque eu vejo como dramático o que está acontecendo no Brasil”, respondeu Merkel.
A chanceler, no entanto, disse que é contra impedir que o acordo com o Mercosul seja firmado por causa da posição brasileira em relação ao meio-ambiente. “Eu não acho que não levar adiante um acordo com o Mercosul vá fazer com que um hectare a menos de floresta seja derrubado no Brasil. Pelo contrário”, ressaltou no Merkel.
“Eu vou fazer o que for possível, dentro das minhas forças, para que o que acontece no Brasil não aconteça mais, sem superestimar as possibilidades que tenho. Mas não buscar o acordo de livre-comércio, certamente, não é a resposta para essa questão”, completou.
// BBC